Padaria do Núcleo de Atendimento Socioeducativo é reativada
A Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds), através da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap), reativou nesta sexta-feira, 29, a padaria do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas). Foram selecionados 24 internos para o curso de formação. A profissão de padeiro é uma das mais procuradas no mercado profissional local.
Para o secretário de Estado da Defesa Social, Dário Cesar, a reabertura da padaria é um bom começo. “Deixar um espaço como esse fechado é inconcebível. Participando das oficinas estes jovens saem da ociosidade e aprendem um ofício”. O secretário defende a necessidade de abrir oportunidades para reinserção social desses jovens.
“Não se resolve o problema só prendendo. Temos a obrigação, como gestores públicos, de dar todas as condições para que esses jovens mudem”. Dirigindo-se aos internos, o secretário disse: “Aproveitem essa oportunidade, o pouco tempo que estarão aqui e não esqueçam: a principal mudança se dá dentro de cada um de vocês”.
Já o superintendente de Administração Penitenciária, tenente-coronel PM/AL, Carlos Luna, destacou que o sistema prisional abraçou a gestão do Neas. “Temos o compromisso de trazer para o Neas tudo o que está acontecendo na Sgap. E reafirmamos: Não vamos tolerar o descumprimento da lei”.
Para isso, Carlos Luna destacou que vai exigir muito dos profissionais do Neas. “O mais importante é que precisamos mudar o olhar, mudar a atitude. Temos a obrigação de oferecer a esses jovens tudo aquilo que lhes foi negado pela sociedade. Esse é o nosso maior compromisso”.
PRODUÇÃO E FORMAÇÃO
Parada há quase dois anos, a padaria do Neas vai produzir todos os dias 1.200 pães, além de bolos, pizzas e outros produtos consumidos pelos 233 internos e pelos funcionários da instituição. “Serão feitos, inclusive, panetones para comemoração do Natal”, afirmou o superintendente de Proteção e Medidas Socioeducativas, Glauber Melo.
“Fizemos uma reforma na estrutura física do prédio, reformamos equipamentos, alguns deles foram trazidos da Superintendência Penitenciária. Vamos suprir a necessidade do Neas, e quem sabe, no futuro, poderemos comercializar o excedente da produção”.
Segundo Glauber Melo essa será a primeira oficina a entrar em atividade. “Vamos implantar oficinas de marcenaria, eletromecânica e outras que ainda estamos avaliando, como a de montagem e manutenção de computadores. A oficina de panificação vai receber 24 alunos divididos em três turmas”.
O jovem Marcelo Ferreira, de 16 anos, três meses internado no Neas, é um desses alunos. Misturando os ingredientes, misturando a massa, moldando os pães Marcelo parecia bastante empolgado com a nova experiência. “Nunca fiz um pão na minha vida. É fácil de fazer, estou gostando muito. O melhor é que vou ganhar uma profissão”.
A mesma empolgação podia ser vista no instrutor, o padeiro João Pimentel, de 65 anos. “Comecei a trabalhar com doze anos. Agora, tenho certeza, a padaria vai para frente”, afirmou o padeiro, enquanto cortava a massa em pequenos pedaços. “Esses meninos são bons alunos, precisam só usar mais a inteligência e ter perseverança. Hoje muitos alunos meus estão exercendo a profissão”.
18 MIL PÃES
Hoje a padaria da Superintendência Penitenciária é um exemplo a ser seguido. Todos os dias 18 mil pães são produzidos, atendendo a todas as unidades do sistema em Maceió. A padaria da Sgap já formou dezenas de reeducandos.
