Alô, Galo: Raja usa mais a velocidade do que a posse e tem defesa frágil

: Getty ImagesTorcida do clube marroquino que enfrentará o Atlético-MG

Torcida do clube marroquino que enfrentará o Atlético-MG

O Atlético imaginava que enfrentaria o Monterrey nas semifinais do Mundial de Clubes. Enganou-se, mas não esteve só na previsão – até o próprio Raja Casablanca se surpreendeu com a classificação conquistada no sábado (assista ao vídeo). Do jogo em Agadir, ficou a sensação de que o Galo tem todas as condições de passar à decisão sem grandes sustos se conseguir repetir o futebol apresentado ao longo deste ano. Mas cabe ficar de olho em alguns detalhes.

O Raja Casablanca é tipicamente africano. Não é uma equipe de posse de bola, mas tem habilidade, meias envolventes e muita velocidade, especialmente pelos lados. É por ali que deve agredir o Atlético no jogo desta quarta-feira, em Marrakesh. Se o ataque alvinegro estiver em um bom dia, o caminho para a final será bastante facilitado. A defesa marroquina é frágil.

O jogo contra o Monterrey é um espelho melhor do que a partida contra o Auckland para o Atlético – por motivos óbvios: os mexicanos se aproximam muito mais do Galo em qualidade do que os neozelandeses. Apesar da vitória, o Raja não teve controle da partida. Classificou-se por ser efetivo e graças à incompetência do adversário.

Os números mostram isso. A posse de bola foi do Monterrey, como certamente será do Atlético: 57% a 43%. Os mexicanos concluíram mais, como certamente os brasileiros concluirão: 24 a 9. O curioso é que as duas finalizações a gol do Raja Casablanca entraram – em uma mostra de como foi um dia iluminado para os marroquinos.

Os africanos mais contra-atacam do que atacam. A engrenagem passa muito por dois jogadores: o número 5, capitão da equipe e ídolo da torcida, Mohsine Moutaouali, e o número 3, Zakaria El Achimi. O primeiro é extremamente técnico, de bom drible curto e ótima visão de jogo, o que faz com que as jogadas quase sempre passem por ele. O segundo aparece bem pelo lado direito.

Foi via El Chamini que o Raja fez seu primeiro gol. Ele avançou pela lateral e mandou cruzamento na área – Chtibi aproveitou falha do goleiro e marcou. Antes, o jogador quase marcara ao desviar para fora um lançamento em profundidade. Já o segundo gol foi em uma jogada de bola aérea, um cabeceio certeiro de Guehi.
Jogadas pelo alto podem ser centrais na semifinal. O Raja mostrou alguma qualidade ofensiva nesse quesito, mas nada que deva assustar os grandalhões Leonardo Silva e Réver. Por outro lado, Jô pode se aproveitar da defesa marroquina pelo alto. Contra o Monterrey, houve sustos, sempre gerados pelos lançamentos de Suazo.

Aliás, a defesa do Raja é um problema geral, não apenas pelo alto. Ela cede muitos espaços, tanto que levou 31 finalizações em dois jogos – 18 delas, a maioria, na direção do gol. Aí cabe um destaque ao goleiro Askri. Ele foi eleito o melhor em campo contra o Monterrey e já tinha ido bem no jogo anterior. Diante dos mexicanos, fez defesas impressionantes, incluindo uma cara a cara com Neri Cardozo.

Mudança de técnico

O Raja Casablanca trocou de técnico no começo do mês. Insatisfeito com os maus resultados no campeonato nacional, substituiu Nabil Maaloul pelo tunisiano Faouzi Benzarti. Com pouco mais de uma semana de trabalho, ele já conseguiu um feito histórico.

O trabalho dele é mais na base da conversa e da motivação. Ele fala o tempo todo que confia na força mental de seus jogadores. E diz que acredita na possibilidade de eles irem à final do Mundial.

– Assumi uma responsabilidade. Estou aqui e não sei quanto tempo ficarei, mas assumo todas as responsabilidades. Confio na minha equipe. Tenho confiança na equipe e em mim. Fizemos um trabalho de psicologia, de moral, e isso permitiu avançar com essa convicção de que somos fortes juntos – disse ele.

O Raja Casablanca é o nono colocado no campeonato nacional, chamado de Botola. Tem 16 pontos, oito atrás do líder, o Tétouan, mas com dois jogos a menos. Seu último jogo pela competição foi a derrota de 1 a 0 para o Agadir, em 3 de dezembro, que culminou na troca de comando.

Fonte: Globo.com

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