A Polícia Federal divulgou, na manhã desta quarta-feira (18), o resultado da operação Matrix que investiga a concessão ilegal de benefícios assistenciais pela Previdência Social. O rombo no INSS chega a casa dos R$ 30 milhões de reais, onde mais de mil benefícios foram expedidos pelo órgão desde 2007.
As investigações duraram um ano e resultaram no cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, sendo que oito pessoas foram detidas, onde seis eram servidores nas cidades de Maceió e Santana do Ipanema. Segundo a direção do INSS, um dos servidores tinha mais de 20 anos de serviço.
Para chegar até a fraude, o INSS desconfiou de um número acima do normal de concessão de benefícios pela APS Monte Máquinas e da APS de Santana do Impanema. Onde a ação criminosa se baseava na inserção de dados falsos no sistema de informação para garantir o benefício.
De acordo com o delegado da Polícia Federal, Alexandre Borges, um dos servidores criava um Número de Identificação do Trabalhador (NIT) para outra pessoa que atuava como “laranja” e essa dava entrada no pedido de amparo social (LOAS-Idoso).
Cada servidor cobrava em média R$ 150 reais por benefício. Mesmo valor cobrado pelos falsificadores. Dois servidores teriam admitido o crime durante as investigações da Polícia Federal. Os documentos apresentados possuíam fotos repetidas em dois ou três casos diferentes. Cada “laranja” vendia as fotos por R$ 200 para serem utilizadas nos documentos. A polícia constatou que de cada 15 benefícios inseridos no sistema, cinco eram falsos.
“O inquérito está bem instruído, são muitas provas e não tem como no prazo de 20 dias um servidor não identificar que aqueles dados apresentados para ele eram falsos”, diz o delegado.
Para Edgar Barros Santos, gerente executivo do INSS, parabenizou a operação da Polícia Federal e disse que a Previdência tem adotados diversos mecanismos com sistemas mais rigorosos para evitar novas ocorrências desse tipo de crime. “Quero dizer para a sociedade que o INSS tem monitorado todas as agências. Pensamos que essas ocasiões se tornem pedagógicas para que os servidores vejam que esse tipo de crime não leva a nada”, disse.
Um procedimento administrativo foi aberto contra os seis funcionários. Todos estão afastados de suas funções e o procedimento foi encaminhado para a Corregedoria do INSS. Caso seja comprovada a fraude, o servidor pode ser expulso. “As senhas deles ao sistema foram trancadas”, garante Edgar.
De acordo com a Polícia Federal, todos os envolvidos serão indiciados pelos crimes de estelionato contra a previdência Social, formação de quadrilha, inserção de dados falsos no sistema e corrupção passiva.