HAVANA (Reuters) – Estados Unidos e Cuba vão discutir nesta quinta-feira a restauração de laços diplomáticos, após uma reunião contenciosa sobre imigração na véspera que destacou as dificuldades em superar meio século de hostilidades entre as partes.
A delegação de mais alto nível dos EUA em Cuba em 35 anos vai concluir as conversações de dois dias em Havana nesta quinta. Os dois lados anteciparam que um avanço imediato nas negociações é improvável.
Autoridades norte-americanas dizem esperar que Cuba concorde com a reabertura de embaixadas e a nomeação de embaixadores nas duas capitais nos próximos meses.
Os EUA também querem o fim da proibição a viagens de diplomatas norte-americanos e o embarque sem impedimentos de materiais para sua missão em Havana.
Durante as conversações de quarta-feira, os norte-americanos prometeram continuar a garantir entrada no país para cubanos com proteções especiais negadas para cidadãos de outras nacionalidades.
Cuba reclamou que a lei norte-americana promove a imigração ilegal e perigosa e protestou contra um programa separado dos EUA que incentiva médicos cubanos a desertar, o descrevendo como "uma prática condenável de fuga de cérebros".
As conversações são as primeiras desde que o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente cubano, Raúl Castro, anunciaram em 17 de dezembro que trabalhariam para restaurar os laços diplomáticos rompidos por Washington em 1961.
Apesar da resistência de alguns no Congresso norte-americano, Obama colocou os EUA a caminho de remover as sanções econômicas e um embargo comercial de 53 anos contra Cuba.