Um novo estudo canadense realizado com quase três milhões de mulheres de sete províncias do Canadá entre 40 e 79 anos, que foram avaliadas durante 19 anos, revelou uma redução média da mortalidade de 40% nas mulheres que fizeram a mamografia. Os resultados desse estudo, que foi recém-publicado pela revista científica Oxford University Press e contou com a participação de um grupo de pesquisadores ligados à Agência de Saúde Pública do Canadá e ao Canadian Breast Cancer Screening Iniciative, comprovam que a mamografia se apresenta como o exame mais eficaz e de custo baixo para o diagnóstico precoce e diminuição da mortalidade por câncer de mama.
No início de 2014, um outro estudo canadense publicado pelo British Medical Journal havia comparado a diferença da mortalidade por câncer de mama entre mulheres que se submeteram à mamografia e outras que não fizeram o exame por um período de vinte e cinco anos. Os pesquisadores não encontraram uma diferença estatística relevante entre os grupos. Porém, notaram que houve uma redução de mortalidade de 8% no grupo de mulheres que se submeteu ao rastreamento mamográfico, o que é substancial, mesmo em um estudo repleto de problemas estatísticos graves.
Com base nesses dados, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) quer reforçar neste dia 5 de fevereiro, em que o Brasil celebra o Dia Nacional da Mamografia, que a mamografia realizada com qualidade e com periodicidade anual ainda é o modo mais precioso de se diminuir a mortalidade por câncer de mama. Mas, infelizmente, o número de mamografias realizadas no país está aquém do que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
No estudo liderado pelo presidente da SBM, Ruffo de Freitas Junior, que avaliou dados do DATASUS, foi revelado que das mais de 10 milhões de mamografias esperadas pelo INCA em mulheres na faixa etária dos 50 aos 60 anos, apenas 2,5 milhões foram feitas em 2013 – uma cobertura de 24,8%, índice muito abaixo da recomendação da OMS, que é de 7 milhões. “Precisamos aumentar o número de mamografias nesta faixa etária para garantir outras metas de tratamento. Temos capacidade instalada, pelo número de mamógrafos que o Sistema Público de Saúde tem e o que cada um faz por dia, mas poderíamos atender muito mais”, afirma Freitas.
Os números são diferentes nos países desenvolvidos, onde a incidência de casos novos e a mortalidade estão em decréscimo. Esta diferença se deve principalmente a melhores condições para a prevenção, o que leva ao diagnóstico precoce, e aos novos medicamentos aumentam as chances de cura.
Neste cenário de alerta, no qual o país contabiliza quase 60 mil novos casos de câncer de mama a cada ano, a SBM ressalta a importância da conscientização sobre a rotina de prevenção à doença. Para isso, é recomendável a visita regular ao mastologista, médico especializado na saúde da mama, e, para as mulheres com 40 anos em diante, a realização da mamografia anualmente.