A presidente argentina, Cristina Kirchner, começou a ser operada por volta das 8h30 (horário local) desta quarta-feira ( para a retirada de um câncer da tireoide em um hospital localizado na cidade de Pilar (50 km ao norte de Buenos Aires).
Segundo o jornal argentino Clarín, a expectativa é que a operação dure entre duas e três horas e que seja realizada uma tireoidectomia toral, extração da glândula tireoide em que se encontra o tumor. Na operação, os médicos devem fazer um corte horizontal no pescoço de Cristina, na altura em que se encontram as tireoides.
O hospital confirmou às 8h30 o início da operação e espera-se que o primeiro relatório médico seja liberado por volta do meio-dia.
Cristina Kirchner descobriu o câncer ao realizar exames de rotina no dia 22 de dezembro. Eles revelaram um carcinoma papilar no lóbulo direito da glândula tireoide.
O período de convalescença de Cristina será de 20 dias, segundo o porta-voz da presidência. O vice-presidente argentino, Amado Boudou, assumirá a direção do país até o dia 24 de janeiro.
A operação será realizada pelo médico Pedro Saco, chefe do departamento de Cirurgia do Hospital Austral e do Serviço de Cabeça e Colo do Instituto de Oncologia Dr. Angel H. Roffo, da Universidade de Buenos Aires.
Kirchner, 58 anos, vinha sofrendo de quadros de hipotensão, que a obrigavam a suspender, por breves períodos, as atividades oficiais. A última crise ocorreu no dia 11 de outubro passado, 12 dias antes das eleições presidenciais.
Em abril passado, Kirchner ficou 48 horas de repouso pelo mesmo problema, e precisou adiar uma visita oficial ao México.
Cristina Kirchner reassumiu o poder em 10 de dezembro para mais quatro anos de mandato, após vencer as eleições de 23 de outubro, com 54,11% dos votos.
Seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, morreu no dia 27 de outubro de 2010, aos 60 anos, vítima de um ataque cardíaco.
A líder argentina se soma à lista de presidentes e ex-presidentes da região afetados pelo câncer, que inclui Luiz Inácio Lula da Silva, com um tumor na laringe, e a atual presidente do Brasil, Dilma Roussef, que superou um câncer no sistema linfático descoberto em 2009.
O chefe de Estado do Paraguai, Fernando Lugo, conseguiu vencer um câncer linfático, enquanto o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, combate com quimioterapia um tumor na próstata.