Excesso de suor pode ser tratada com cirurgia pouco invasiva

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Apesar de ser indispensável para controlar a temperatura do corpo, especialmente durante a prática de exercícios físicos, o suor é motivo de transtorno para muitas pessoas. Além do incômodo, a hiperidrose traz constrangimentos, provoca isolamento, baixa autoestima e outros problemas relacionados ao convívio social. Felizmente, as opções de tratamento se ampliaram. Entre os procedimentos mais realizados atualmente estão a aplicação de botox diretamente na região afetada e a simpatectomia torácica videotoracoscópica — técnica cirúrgica que, embora antiga, vem sendo aprimorada a cada dia para garantir melhor qualidade de vida aos pacientes.

Segundo o cirurgião torácico Nilson Figueiredo Amaral, a cirurgia pode ser realizada em até uma hora e é indicada para hiperidrose localizada sobretudo nas mãos, nas axilas, na cabeça e na face. Por ser pouco invasiva e com resultados imediatos, o paciente pode voltar para casa no mesmo dia.

Menos agressão ao organismo e menos complicações decorrentes são alguns dos benefícios da técnica. A principal vantagem, entretanto, é que a simpatectomia, atualmente, consiste no tratamento mais eficaz contra a hiperidrose, especialmente palmar e axilar. Por ser uma técnica que evoluiu ao longo dos anos, a ocorrência do maior efeito colateral reclamado pelos pacientes que se submetiam a procedimentos similares, a sudorese compensatória, também diminuiu bastante. “Antes, o paciente era operado para resolver um problema de sudorese excessiva nas axilas, por exemplo, e podia apresentar como sequela a sudorese nas costas ou em outras partes do corpo em quase 60% dos casos”, conta o médico.

De acordo com Amaral, o que possibilita o melhor resultado é que a remoção do gânglio nervoso pode ser realizada em menor escala e de forma mais dirigida. “Do ano 2000 para cá, a videocirurgia evoluiu muito, assim como os conhecimentos sobre o problema, reduzindo sensivelmente seus efeitos colaterais”, assegura.

Botox
Para hiperidrose palmar ou axilar, a dermatologista Ana Cláudia Brito Soares, da Sociedade Brasileira de Dermatologia — Regional Minas Gerais, assegura que outra boa opção de tratamento é a aplicação de toxina botulínica (botox). Na hiperidrose axilar, a toxina botulínica é aplicada com intervalos de cerca de 1,5cm a 2cm entre cada aplicação, na área onde a sudorese é mais intensa. O efeito máximo ocorre em cerca de duas semanas e o tratamento apresenta boa eficácia, com interrupção da sudorese na área tratada.

O mesmo procedimento pode ser feito para outras regiões, como palmas, plantas do pé e virilha. Geralmente, utiliza-se anestesia tópica (em creme) ou local (bloqueio anestésico). A duração do efeito pode chegar a oito meses, dependendo das características individuais do paciente.

Para manter um bom resultado, é necessário reaplicar a toxina.Outros tratamentos para hiperidrose incluem medicação de uso local, que visam diminuir a secreção sudorípara ou por meio da utilização de aparelhos para iontoforese (que inibem o funcionamento das glândulas sudoríparas por meio de uma descarga de corrente elétrica de baixa intensidade).

Medicações orais, segundo Nilson Amaral, não apresentam bons resultados, porque podem interferir no funcionamento de outros órgãos e seu uso exige cuidados específicos.

Muitas vezes, o apoio psicológico ao paciente faz-se extremamente necessário, já que a hiperidrose, especialmente a palmar, causa constrangimentos para seus portadores, prejudicando o convívio social. Ana Cláudia afirma que o fator emocional também tem peso no surgimento da hiperidrose, interferindo nos impulsos que vêm do cérebro.

Fonte: Correio Braziliense

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