Manifestantes entram em confronto com policiais na Assembleia na Bahia

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Manifestantes entram em conflito com policiais na assembleia na Bahia

Um grupo manifestantes que apoia os policiais militares em greve que se concentram na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, entrou em confronto com os policiais que cercam o local na manhã desta segunda-feira (6).

Desde o início do dia, cerca de 600 homens do Exército, além de 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) isolam a área na tentativa de garantir a livre circulação e o funcionamento do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O isolamento da área também visa facilitar o cumprimento dos 11 mandados de prisão pela Polícia Federal.

A presença dos manifestantes no local gerou conflito com os homens que fazem o policiamento na região. Tiros de borracha chegaram a ser disparados contra o grupo, que avançou na direção dos soldados. Alguns policiais tiveram qur usar a força para deter pessoas que protestavam.

Os manifestantes passaram a se posicionar em frente ao jardim da Assebleia e a cantar em protesto contra o policiamento.

Parte dos policiais militares da Bahia estão em greve desde a noite de terça-feira (31). Neste período, o número de homicídios em Salvador e região metropolitana aumentou 129% em comparação ao mesmo período da semana anterior. Das 21h de terça (31) até as 4h49 desta segunda, foram registrados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) 89 homicídios.

No domingo foram registrados oito casos de assassinatos. Seis desses crimes foram cometidos em bairros de Salvador: três em Valéria, um em Marechal Rondon, um em Itinga e um em Pau da Lima. Os outros dois ocorreram em cidades vizinhas à capital, Madre de Deus e Candeias.

O Comando da 6ª Região Militar, que representa o Exército Brasileiro na Bahia, disponibilizou um número telefônico para receber denúncias e outras informações por parte da população. O contato é (71) 3320-1972.

Dirigente da associação de PMS é preso
Um soldado da PM e dirigente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra) foi preso na madrugada de domingo, segundo o governo do estado, e encaminhado à sede da Polícia do Exército, na Avenida Paralela, em Salvador.

O PM é lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA). Segundo o governo, ele é suspeito de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público, referente à retenção das viaturas.

A prisão dele é a primeira cumprida dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça da Bahia contra integrantes do movimento grevista. De acordo com o governo, as outras 11 prisões devem ser executadas durante este domingo.

Carros de polícia recuperados
A Polícia Militar recuperou, na tarde de sábado, 16 carros oficiais que estavam em poder dos grevistas, na Assembleia Legislativa, em Salvador. Os mandados de reintegração de posse foram expedidos na manhã de sábado.

Negociação
O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), Marco Prisco, e os policiais filiados à entidade, esperam espaço para negociação das pautas reivindicatórias com representantes do governo do estado. "A palavra é negociação", disse Prisco no sábado (4), na sede da Assembleia Legislativa, onde está desde a noite de terça-feira (31).

Autuação federal
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que já fez o pedido de reserva de vagas em presídios de segurança máxima para encaminhar, caso seja necessário, os policiais militares que tenham cometido algum tipo de crime durante a mobilização grevista, que já dura cinco dias na Bahia. Durante coletiva à imprensa, realizada na manhã de sábado (4), ainda na Base Aérea, onde desembarcou, o ministro frisou a relação que o governo federal mantém com as políticas de segurança estadual.

Pronunciamento do governador
O governador da Bahia, Jaques Wagner, tentou tranquilizar a população do estado em cerca de três minutos de pronunciamento oficial, transmitido pelas emissoras de rádio e TV por volta das 20h15 de sexta-feira (3). Ele reafirmou a “intranquilidade” vivida nos últimos quatro dias, que tem resultado no fechamento antecipado do comércio, violência na rotina do trânsito e contra a população. “Estamos tomando providências para conter ações de um grupo de polícia usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, causando desordem”, afirma.

Fonte: G1

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