Deputados querem obrigar carteira C para condutores de carros velozes

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Bonitos, caros e potentes. Não é difícil ver nas ruas de Brasília carros de alta performance. Eles podem custar R$ 1 milhão e ultrapassam 300 quilômetros por hora. São Ferraris, Lamborghinis, Porsches, BMWs, Mercedes. Apesar do preço e do grande número de pardais espalhados pela cidade, a quantidade de máquinas como essas aparentemente só aumenta na capital. Para se ter uma ideia, a venda do Camaro, cresceu 600% em 2011. A empolgação com os carrões preocupa o Poder Legislativo. Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que amplia as exigências aos condutores de veículos com mais de 300 cavalos, caso em que se encaixam todos os modelos citados. A ideia é exigir carteira da categoria C dos motoristas desses veículos, obrigatoriedade, hoje, restrita a quem dirige pequenos caminhões.

Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quem deseja habilitar-se nessa categoria precisa ter a carteira tipo B, por pelo menos um ano e não ter cometido qualquer infração grave ou gravíssima. Outra exigência é não ser reincidente em infrações médias nos últimos 12 meses. Hoje, a legislação é específica para quem usa transporte de carga com peso acima de 3,5 mil kg. “Acredito que se uma habilitação com o maior nível de exigência for obrigatória, a prudência desses motoristas aumentará. Isso não vai resolver o problema da alta velocidade no trânsito, mas é um jeito de formar motoristas mais bem orientados para dirigir esses carrões”, diz o autor do Projeto Lei nº 2332/2011, o deputado Paulo Foletto (PSB-ES).

A proposta do parlamentar começou a sair do papel no ano passado, quando dois graves acidentes chocaram a cidade de São Paulo, um deles com um Camaro SS , outro com um Porsche (veja Memória). “As pessoas que dirigem veículos de tal porte têm uma característica mais ousada, entusiasmada. Quando vi esses acidentes com velocidades muito acima da via, pensei em tomar alguma atitude para reduzir ocorrências dessa natureza”, complementa Foletto. A proposta, porém, provoca polêmica entre a população do Distrito Federal e é reprovada por especialistas ouvidos pelo Correio.

Fonte: Correio Braziliense

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