O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estabeleceram nesta quarta-feira (7) parceria para produzir pesquisa e conhecimento voltados à superação das doenças negligenciadas da pobreza. Para tanto, vão oferecer, por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), 100 bolsas de doutorado para que sejam feitos estudos sobre doenças como tuberculose, hanseníase, malária, tétano neonatal, peste e tracoma. O acordo faz parte do Plano Brasil Sem Miséria e prevê visitas da Fiocruz a áreas de grande incidência dessas doenças, a exemplo das expedições feitas há 100 anos pelo médico sanitarista Carlos Chagas.
“É impossível enfrentar a miséria sem superar o problema secular das doenças negligenciadas da pobreza”, disse a ministra Tereza Campello, do MDS, na solenidade de assinatura do acordo de cooperação. Os presidentes da Fiocruz, Paulo Gadelha, e da Capes, Jorge Guimarães, o secretário extraordinário para Superação da Extrema Pobreza do MDS, Tiago Falcão, e a ex-secretária Ana Fonseca também participaram da cerimônia. Ao saudá-la, a ministra destacou que Ana Fonseca foi uma das principais articuladoras da parceria entre o MDS e a Fiocruz.
Dívida secular – De acordo com Tereza Campello, a superação das doenças da pobreza não é só questão de saúde pública. “Essa é uma dívida secular do Estado brasileiro.” Enfrentá-las, acrescentou, representa criar condições para garantir a inclusão social plena da parcela da população ainda hoje vulnerável a essas doenças. Segundo a ministra, o acesso a serviços públicos de qualidade e o oferecimento de oportunidades de inclusão produtiva também fazem parte da estratégia da Plano Brasil Sem Miséria.
Ao destacar a importância do acordo de cooperação com o MDS para reforçar os objetivos do Brasil Sem Miséria, o presidente da Fiocruz disse que o desenvolvimento de um país não se mede apenas por indicadores econômicos. A saúde, assinalou, também é fundamental para o desenvolvimento social com qualidade. “A superação das doenças da pobreza tem que ser compreendida como fator determinante para superação da miséria”, disse Gadelha, lembrando que a Fiocruz tem experiência secular na área de saúde pública.
Durante sua visita ao Rio de Janeiro, a ministra Tereza Campello também esteve na comunidade do Pavão-Pavãozinho, onde conheceu projetos desenvolvidos na área de assistência social e uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).