O ex-deputado federal Talvane Albuquerque, condenado a 103 anos de prisão pelo assassinato da deputada federal Ceci Cunha, teve o pedido de Habeas Corpus negado nesta quinta-feira, 8, pela Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). No pedido, a defesa alegava não haver provas suficientes para a condenação do ex-parlamentar.
O advogado Welton Roberto disse que agora irá recorrer junto ao Superior Tribunal de Justiça (SJT). Segundo ele, a decisão do TRF5 de negar o HC deve se estender aos demais acusados no crime.
No dia 19 de janeiro passado, Talvane Albuquerque foi preso após um julgamento que repercutiu em todo o País. Apontado como mentor do assassinato de Ceci e de outras três pessoas, ele foi condenado a 103 anos e quatro meses de prisão em regime fechado.
Acusados de autoria material dos crimes, os assessores do ex-deputado, Jadielson Barbosa e José Alexandre (o Zé Piaba), foram condenados a 105 anos de prisão, também em regime fechado, por quatro homicídios qualificados.
Já Alves Vasco e Mendonça Medeiros – que teriam facilitado a fuga de Jadielson e José Alexandre – devem cumprir 87 anos e três meses, e 75 anos e sete meses, respectivamente.
Em entrevista coletiva à imprensa após o julgamento, Talvane disse que foi injustiçado com a sentença e iria provar sua inocência no caso.
O caso
Ceci Cunha foi assassinada a tiros em 1998 no bairro da Gruta, no dia em que foi diplomada deputada federal. Além dela, também foram mortos seu cunhado, Iran Carlos Maranhão, seu marido Juvenal Cunha, e a mãe de Iran, Ítala Maranhão. O episódio ficou conhecido como “Chacina da Gruta”.
O Ministério Público Federal (MPF) acusou o então deputado Talvane, suplente de Ceci Cunha, de ser o mandante do crime. A motivação seria a de assumir a vaga da deputada na Câmara Federal.
Desde então, se passaram 13 anos até o julgamento de um dos crimes de maior repercussão em Alagoas.
