Saúde encontra desvios em recursos para glaucoma em AL

Alagoas24horas/ArquivoPacientes com glaucoma em AL tiveram atendimento suspenso após auditoria do SUS

Pacientes com glaucoma em AL tiveram atendimento suspenso após auditoria do SUS

O Ministério da Saúde encaminhou aos Ministérios Públicos Estaduais a conclusão da auditoria realizada em 29 unidades de saúde que atendem pacientes com glaucoma.

Segundo informações do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), mais de 30 milhões de reais foram registrados indevidamente pelos estabelecimentos de saúde. Para se ter uma ideia, em algumas cidades a frequência de consultas contra a doença era 100 vezes superior a prevalência esperada. O diretor do Denasus, Adalberto Fulgêncio, falou de outras irregularidades.

"Numa boa parte desses estabelecimentos nós encontramos a prevalência do glaucoma muito acima daquilo que é preconizado pelo Ministério da Saúde. O normal é 2% da população que possa vir a ter glaucoma e nesses estados estava em torno de 8, 7, 6%, portanto, no mínimo o triplo. Além, em alguns casos, pasmem, de ter a inexistência do serviço. Em alguns estabelecimentos nós não encontramos o médico oftalmologista, não encontramos equipamentos. Não existia o serviço. Uma fraude grotesca."

A auditoria foi realizada em Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba e Maranhão. Ontem, a reportagem do Alagoas24Horas denunciou que cerca de 30 mil pacientes em AL estão sofrendo com a paralisação do atendimento aos pacientes glaucomatosos. O tratamento anual custa, em média, R$ 3.500, muito aquém do orçamento médio das famílias alagoanas.

Também ontem, um grupo de pacientes procurou a Defensoria Pública para impetrar uma ação coletiva e garantir que o tratamento seja mantido por algum órgão competente. “Todo mundo que estiver nessa mesma situação deve fazer o mesmo. Vamos nos mobilizar e em breve faremos uma grande manifestação e se for necessário faremos greve de fome, invadiremos a Assembleia Legislativa ou qualquer protesto para chamar a atenção das autoridades”, afirma José Melo, portador da doença.

Ainda segundo Adalberto Fulgêncio, "o Ministério vai ser intolerante com qualquer desvio de conduta daquilo que diga respeito ao mau uso dos recursos públicos que são repassados para prestadores, para municípios e para estados. Isso significa dizer que nós estamos combatendo o desperdício, contribuindo para que o acesso e o melhor atendimento sejam levados de maneira mais eficiente à população brasileira."

A suspensão do atendimento aos pacientes com Glaucoma também repercutiu na Câmara de Vereadores de Maceió.

Fonte: Ministério da Saúde

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