Cerca de trezentos agricultores organizados no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se mobilizam em Maceió para cobrar negociação de dívidas contraídas com o Banco do Brasil e Banco do Nordeste. Os manifestantes, oriundos das regiões de Flexeiras e Atalaia, ocupam neste momento a Superintendência do Banco do Nordeste, localizado na rua Alegria, Centro.
Uma comitiva está sentada com o Superintendente do Banco do Nordeste porque, embora haja dívidas contraídas também com o Banco do Brasil, é naquele que se encontra o maior volume de débito. Ainda, em outras localidades do Estado no dia de amanhã, novas manifestações e negociações devem acontecer, a exemplo da região Agreste, que deve receber em Arapiraca um contingente de agricultores nesta quarta-feira.
Desde os anos 50, a política agrícola vem passando pela chamada Revolução Verde, onde um pacote tecnológico de insumos/venenos, maquinário e mudanças genéticas vem se implementando no campo brasileiro aliado à manutenção de grandes extensões de terras e à financeirização da agricultura. Essa política de créditos disponibilizados via bancos, tem, por sua vez, deixado em débito um grande contingente de agricultores.
Segundo Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, os trabalhadores estão cobrando a negociação de suas dívidas, “mas a garantia de inclusão nas próximas fases de crédito já existente. Precisamos ainda começar a discutir com os Bancos e Governos uma nova modalidade de crédito voltado especificamente para a Reforma Agrária, diferente do Pronaf, que atenda nossas especificidades”.