A morte do sargento da Polícia Militar de Alagoas Cícero Soares de Melo levou as associações militares a cobrarem a ‘legalização’ do bico policial. Segundo o sargento Teobaldo, presidente da Assmal, esse foi o segundo militar morto em apenas 15 dias no Estado e a regulamentação da atividade delegada garantiria ‘proteção’ aos militares. Teobaldo não explicou, no entanto, como o militar estaria protegido com a regulamentação do bico.
Esse tem sido, inclusive, um dos discursos mais recorrentes do presidente do Legislativo municipal, vereador Galba Novaes, apontado como pré-candidato à Prefeitura de Maceió. Segundo Novaes, a atividade delegada é sucesso em várias cidades do país. Tanto o governador Téo Vilela, quanto o vice, José Thomaz Nonô, já se manifestaram contra a regulamentação da atividade.
Cícero Soares de Melo foi executado a tiros no cruzamento das Avenidas Brasiliano Aprígio com a Manoel Afonso de Mello, no bairro Santa Lúcia. De acordo com informações de testemunhas, o sargento fazia a segurança de uma padaria instalada no bairro quando foi abordado por dois elementos que efetuaram vários disparos. Os assassinos ainda teriam roubado a pistola Glock 380 que pertencia ao militar, que era lotado no Batalhão de Policiamento Escolar (BPesc). O crime ocorreu por volta das 19h de ontem, dia 28, horário de grande movimentação de pessoas e veículos.
Os assassinos teriam fugido em um veículo Renault Clio, de cor branca, que teria sido tomado em assalto no fim de semana na Avenida Amélia Rosa, na Jatiúca. O corpo do militar foi periciado e deu entrada por volta das 23h no Instituto Médico Legal Estácio de Lima.
Motivação
Apesar do apelo da associação de militares, a morte do sargento Cícero Soares de Melo pode não ter relação com o ‘bico’ que realizava. Segundo informações de testemunhas, no momento da morte o sargento conversava com um dos proprietários do estabelecimento, quando os assassinos se aproximaram e efetuaram cerca de 20 disparos, sem que nenhum atingisse o empresário. Em momento algum foi anunciado assalto.
Outras mortes
Em apenas 45 dias, este foi o terceiro crime envolvendo militares. No dia 14 de fevereiro, o sargento da reserva da Polícia Militar, Jorge Carlos Pereira Rodrigues, de 55 anos, foi assassinado a tiros quando deixava uma agência bancária localizada na Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol. Nada foi levado do militar, que prestava serviços a um ex-vereador.
No dia 15 de março, o policial Valter Sá de Carvalho foi assassinado a tiros dentro de um micro-ônibus na cidade de Atalaia. Os acusados no crime foram presos na tarde de ontem pela PM.