Os alunos da Escola Estadual Gertrudes Eder, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, já se acostumaram, desde o ano passado, a rezar o pai-nosso todos os dias, antes das aulas, na quadra da escola. A regra vale para os turnos da manhã e da tarde. Funcionários da instituição dizem não haver obrigação: é possível ficar em silêncio na hora do pai-nosso. Mas o fato é que todos os alunos têm que ouvir a oração. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O estudante do nono ano da escola, Guilherme Marçal, 13 anos, se declara ateu e declarou se sentir constrangido com o olhar de reprovação dos colegas e professores diante do seu silêncio. "Antes, rezava porque tinha vergonha de ficar quieto. Agora não tenho rezado mais", disse. A família do jovem chegou a reclamar à escola, que respondeu dizendo que a maioria concordou "democraticamente". A iniciativa da reza é da diretora Rosa Machado, que, indagada, orientou a reportagem a falar com a Secretaria de Estado da Educação. Procurada pela reportagem do jornal nesta quinta-feira, a secretaria informou que proibiu a prática do pai-nosso e decidiu afastar a diretora "preventivamente" para apurar o fato, já que obrigar alguém a rezar em escola pública é inconstitucional.