A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade da Justiça e da Paz em comunhão com o Arcebispo de Maceió-AL Dom Antonio Muniz vem manifestar a preocupação como o assassinado de moradores de rua. Durante este ano foram 08 assassinatos na cidade de Maceió. No Brasil, nos últimos 12 meses, foram 165 mortes de além de 35 tentativas de homicídio e 66 lesões corporais contra moradores de rua.
A existência de moradores de rua alerta a todos nós para a fragilidade da nossa sociedade no que diz respeito à inclusão de todos os cidadãos. Compreendemos que esta mesma sociedade que gera excluídos deva assumir as responsabilidades pelo seu cuidado e proteção, pois é a dignidade destas pessoas que está sendo violentada.
Preocupa-nos a não implementação de políticas públicas em benefício desta população, deixando-a ainda mais vulnerável. O fato se agrava pelas insistentes práticas ‘higienizadoras’ e discriminatórias coordenadas por esferas de governos municipais e estaduais. Tais ações não resolvem o problema e sustentam práticas truculentas contra os moradores de rua.
Estamos na Semana Santa, fazendo a memória de Jesus que enfrentou a cruz para a nossa salvação. A partir do sacrifício do Cristo na cruz, eliminaram-se definitivamente os sacrifícios humanos. Portanto, não podemos concordar que vidas humanas sejam sacrificadas no altar do capital em nome de uma sociedade que gera excluídos e discrimina os pobres.
Acreditamos que nossos irmãos assassinados ressuscitaram assim como o pobre Lázaro chagado ressuscitou (cf Lc 16,23). Contudo, nossa tarefa maior é a proteção e o cuidado com o nossos irmãos mais fragilizados para que tenham vida em plenitude no tempo que Deus permitir.