Será realizado na manhã desta terça-feira, (10), a partir da 9h, em frente ao prédio da antiga reitoria, na Praça Sinimbu, um ato público contra a privatização do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A manifestação vai reunir professores, estudantes, usuários, trabalhadores, partidos políticos, Igreja Católica, entre outros movimentos da sociedade alagoana.
O evento é uma iniciativa da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde e do Fórum Alagoano em Defesa do SUS e Contra a Privatização – entidades compostas por sindicatos, conselhos, associações e diversos segmentos organizados do estado de Alagoas e do Brasil. O ato será realizado simultaneamente em 19 estados da federação, cujos movimentos defendem o fortalecimento do caráter público e estatal da rede de hospitais universitários, sob a administração direta do Estado, gratuito e para todos.
De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), professor Antonio Passos, a ideia é marcar a passagem do Dia Mundial da Saúde ocorrido no sábado (07), manifestando à sociedade posição contrária à implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) no Hospital Universitário da Ufal e em qualquer outro Hospital-escola do país.
“É necessário que a população fique atenta ao significado dessa proposta, pois está claro que ela não traz bem algum aos usuários dos serviços assistenciais prestados pelo HU. Traz, pelo contrário, prejuízos para os usuários, trabalhadores, estudantes e para a sociedade em geral, uma vez que entrega a administração dos serviços de saúde a terceiros, pondo em risco de dilapidação os bens públicos da União”, disse Antonio Passos.
Segundo a professora de Serviço Social da Ufal, Valéria Correia, integrante da Frente Nacional e do Fórum Alagoano contra a privatização, a Lei 12.550/2011 que cria a EBSERH não é uma imposição do Governo Federal. Cada universidade é que vai decidir se deseja ou não passar o seu patrimônio, o seu quadro funcional e os seus hospitais de ensino à gerência da EBSERH, abdicando de sua autonomia. “Essa decisão cabe ao Conselho Universitário (Consuni). Queremos fazer pressão para levar os reitores e os membros do Consuni a dizerem ‘não’ à implantação da empresa”, expôs a professora.
No manifesto que está sendo distribuído à população, os participantes do movimento esclarecem sobre os prejuízos que a implantação dessa empresa pode causar ao maior sistema hospitalar público brasileiro, composto por 45 unidades hospitalares, ligadas a universidades federais.
Segundo registra o documento, entre outros males, essa proposta abre a perspectiva para a exploração, através de planos de saúde, contratos precários de profissionais, instalação de regime com base na produtividade e o fim do concurso público. “Não há necessidade alguma de se mudar a gestão dos HU, pois quanto a isso o SUS não enfrenta problemas. O que se faz necessário é estruturar, qualificar e ampliar os serviços oferecidos à população. Essa é uma luta decisiva para que o SUS não seja desmontado e destruído”, defendeu Valéria Correia.