Professores e estudantes da Ufal e Uncisal, integrantes da CUT e demais organizações sindicais realizaram durante esta terça-feira, dia 10, protesto em frente ao antigo prédio do Produban, no Centro da capital alagoana contra a privatização da Saúde. O movimento ocorre em escala nacional e é realizado também no dia de hoje em diversas capitais do país.
Segundo manifestantes, a mobilização tem como objetivo explicar os impactos da privatização da saúde brasileira integrando a sociedade e deixando-a a par de seus malefícios. Além disso, a sociedade está sendo convocada para assinar uma abaixo-assinado que tenta impedir que Hospital Universitário sofra privatização. O documento será entregue a reitoria da Universidade Federal de Alagoas e encaminhado para Brasília.
De acordo com Valéria Correia, professora da Ufal e uma das coordenadora do Fórum Contra a privatização da Saúde, apesar de um Conselho deliberar sobre a questão, a privatização só será instaurada se a reitoria da Ufal decidir por ela. “O Governo alega que não tem condições de manter a unidades hospitalares e notamos que a reitoria está tendenciosa a aceitar a justificar e decidir em favor da privatização. Por esta razão estamos aqui, queremos que a sociedade esteja ciente dos impactos e se mobilize de modo contrário”, relatou a Correia.
A professora disse ainda que o Rio Grande do Sul pode servir como exemplo de insucesso da privatização. “Em Porto Alegre eles privatizaram seu HU e 30% dos leitos são vendidos. Para nós do Fórum isso caracteriza uma afronta ao caráter público dos HUs. É ainda um desrespeito a autonomia universitária e coloca em risco a independência das pesquisas e estágios nos HUs. Ainda mais grave é que a privatização pode acabar com os concursos públicos já que as vagas seriam indicação da empresa prestadora dos serviços médicos”, concluiu Valéria.
A possibilidade de depredação ou apoderamento de patrimônio público também preocupa os manifestantes que acreditam que com o passar dos anos a empresa terceirizada pode destruir ou se apoderar de coisas compradas com dinheiro público que antecederam à privatização.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também, Izac Jackson, também se manifestou contrário à privatização. “Represento aqui não somente a CUT, mas a sociedade civil organizada que enxerga com maus olhos a possibilidade de a saúde publica ser privatizada. Para nós é um afronto aos princípios legais da sociedade e o resultado da omissão nas esferas estaduais e federais. Privatizar impediriam a população de ter direito a 100% dos serviços”, afirmou o líder sindical.