Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU estão "praticamente" de acordo para o projeto de resolução que determina o envio de observadores desarmados à Síria, anunciou neste sábado (14) o Ministério de Relações Exteriores da Rússia.
Na véspera, os russos, aliados do contestado governo do presidente sírio Bashar al Assad, barraram a votação do envio dos observadores, que vão verificar o cumprimento da trégua entre o regime e rebeldes oposicionistas.
Os 15 países pretendem votar às 12h de Brasíliak um projeto de resolução que autoriza o envio de observadores à Síria para verificar o cessar-fogo iniciado na quinta-feira (12).
O plano do emissário internacional Kofi Annan para a Síria prevê, além do fim da violência, o direito de manifestação pacífica e um diálogo entre a oposição e o governo.
Bombardeios a Homs
Enquanto isso, o Exército da Síria intensificou seus bombardeios contra a cidade rebelde de Homs (centro), no que seria uma nova violação no terceiro dia do cessar-fogo estipulado com o mediador Kofi Annan, segundo vários grupos oposicionistas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos e os Comitês de Coordenação Local (CCL) informaram em diferentes comunicados que bairros da cidade como Al Jalidiya, Bustan al Diwan, Qarabis e Yuret al Shayah foram alvo de bombardeios, assim como a localidade de Qusair. Não há relatos sobre vítimas.
A queda de alguns projéteis sobre Homs e seus arredores já fora reportada na véspera por estes grupos, que indicaram hoje que os bombardeios são cada vez mais fortes e frequentes, no terceiro dia desde o início da precária trégua.
O presidente do Observatório, Rami Abdul Rahman, afirmou que os bombardeios sobre Qarabis e Yuret al Shayah duraram uma hora, quando caíram cerca de dez projéteis, mas sem deixar vítimas fatais.
Rahman disse que a informação de seus ativistas no local indica que no momento os ataques cessaram e a situação é de relativa calma na maior parte da cidade.
Assim como outras cidades sírias, Homs foi na sexta-feira (13) cenário de manifestações para pedir a queda do regime de Assad.
Na jornada denominada "Sexta-feira da revolução de todos os sírios", os protestos se estenderam por todo o país, e as forças do regime abriram fogo contra os manifestantes em muitos pontos, de acordo com ativistas.