CEI: representantes da Transpal e SMTT são ouvidos na Câmara

O superintendente da SMTT, Ronilson Pedro Campos Filho, reconheceu que a passagem de ônibus na capital alagoana é cara e responsabilizou os governos pelo constante aumento.

AssessoriaOitivas da CEI da Transpal começaram na Câmara

Oitivas da CEI da Transpal começaram na Câmara

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Transpal iniciou os trabalhos de investigação na manhã desta segunda-feira (16), com a apuração dos depoimentos dos representantes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e da Associação dos Transportadores de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal). As oitivas ocorreram no plenário da Casa de Mário Guimarães e foram acompanhadas pelos membros da CEI: Paulo Corintho (presidente), Ricardo Barbosa (relator), Heloísa Helena, Marcelo Malta e David Davino e o suplente Théo Fortes, assim como pelo vereador Silvio Camelo.

Antes de iniciar os depoimentos, o presidente da CEI informou que os documentos solicitados pela Comissão à SMTT e Transpal, apesar de terem sido requeridos no dia 28 de março, só foram entregues aos parlamentares nesta manhã. O material contém dados sobre a relação do custo/benefício por linha/empresa de ônibus em Maceió.

“Este material já foi solicitado por mim, em outubro do ano passado, antes mesmo da formação desta CEI, sob a prerrogativa de presidente da Comissão de Serviços Públicos da Câmara. À época o pedido foi ignorado e, quando instalamos a CEI, ratificamos a solicitação que foi atendida apenas hoje, o que prejudicou um pouco o andamento dos depoimentos” – contou Corintho.
Para evitar combinação de respostas entre as empresas responsáveis pelo transporte de passageiros em Maceió, a SMTT e a Transpal foram ouvidas em momentos distintos.

O superintendente da SMTT, Ronilson Pedro Campos Filho, reconheceu que a passagem de ônibus na capital alagoana é cara e responsabilizou os governos pelo constante aumento. “O aumento que foi pedido está dentro de uma condição apresentada pelos empresários. A tarifa pode ser cara, mas para que ela seja barata é preciso que o governo tanto Federal, quanto Estadual e Municipal, façam a sua parte. Não há isenção do IPVA nem de IPI para os ônibus, assim como não é dado nenhum subsídio por parte do Poder Público para os impostos sobre o diesel e sequer a prefeitura diminui o ICMS para as empresas da área. Se não houver um trabalho conjunto o transporte público em Maceió estará falido” – explicou Ronilson.

Já o engenheiro da SMTT, Roberto Barreiro, explicou que houve uma queda muito grande de usuários de ônibus. Conforme ele, há oito anos 12 milhões de pessoas utilizavam ônibus em Maceió, hoje, o passageiro pagante não chega a oito milhões. “Isso se deve à facilidade de se adquirir um carro e ao transporte clandestino” – declarou Barreiro.

Já a representante da Transpal, Ana Lúcia Martins Costa, informou que existem em Maceió 655 ônibus circulando. Destes, cerca de 70 apresentam chassi acima de 10 anos. De acordo com ela, a melhor maneira de fazer com que cada vez mais usuários procurem pelo serviço de transporte coletivo é a viabilização de corredores de ônibus.

“Hoje o que o usuário de ônibus mais quer é chegar com rapidez ao seu destino. Para isto, o trânsito em Maceió precisa fluir melhor, através da construção de corredores de transporte público. No mais, temos feito nossa parte, trocando nossa frota paulatinamente, no intuito de garantir melhor conforto aos passageiros” – explicou Ana Lúcia.

Já o presidente da Transpal, Sérgio Rodrigues da Rocha, contou que o maior problema enfrentado pelas empresas de ônibus é a evasão do passageiro. “Os táxis lotação, os transportes complementares, dentre outros, concorrem com o serviço de ônibus e não pagam nenhum imposto. Ainda temos a problemática do excesso da gratuidade. Então, se o pneu aumenta, os operários pedem aumento e o diesel aumenta, o aumento da passagem vai recair sobre quem paga pelo serviço, isto é lógico” – avaliou.

A Comissão Especial de Inquérito deve se reunir ainda esta semana para discutir as informações fornecidas nos relatórios entregues pelas empresas esta manhã. Para Heloísa Helena, a maior preocupação é concluir os trabalhos antes do período eleitoral.

“Temos pouco tempo para concluir estes trabalhos antes de junho, quando se inicia o período eleitoral. Precisamos dar celeridade para evitar especulações maldosas a respeito deste trabalho sério que temos desempenhado” – concluiu.

Fonte: Ascom Câmara

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