O delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior indiciou 11 pessoas nesta terça-feira (17) pela morte de Gabriela Yukari Nichimura, de 14 anos, que caiu do brinquedo "La Tour Eiffel", no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP).
Os indiciados vão responder por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Em março, Noventa Júnior havia adiantado ao G1 que pelo menos quatro pessoas seriam responsabilizadas pelo acidente ocorrido em 24 de fevereiro.
Entre os indiciados estão o presidente do parque Armando Pereira Filho e o vice-presidente Claudio Luis Pinheiro Guimarães, que foram indiciados com base no Código dos Direitos do Consumidor, além do gerente geral de manutenção e projetos Stefan Fridolin Banholzer. Entre os outros funcionários, que segundo o delegado tinham conhecimento das falhas no sistema de segurança no brinquedo, estão o atendente de operação Marcos Antonio Tomaz Leal, o técnico de manutenção Juliano Ambrósio, o técnico de manutenção mecânica Adriano César de Souza e o sênior mecânico Luiz Carlos Pereira de Souza.
O delegado espera colher as assinaturas dos indiciados até o dia 28 para formalizar o caso à Justiça. Depois, cabe ao juiz repassar o documento para o Ministério Público, que tem a prerrogativa de acrescentar ou retirar nomes da lista antes de oferecer a denúncia. O promotor Rogério Sanches terá 15 dias para oferecer a denúncia.
A conclusão do inquérito ocorre 54 dias após o acidente. A fase de oitivas foi encerrada na segunda (9), com o depoimento prestado pelo vice-presidente do parque, Cláudio Guimarães. Ao todo, cerca de 20 testemunhas prestaram esclarecimentos, entre elas a mãe de Gabriela, a prima que estava sentada ao lado da adolescente no brinquedo, Natasha Domareski, uma tia, os operadores Edson da Silva, Marcos Antônio Tomás Leal e Vitor Igor de Oliveira e o atendente sênior Lucas Martins.
O laudo do Instituto de Criminalística de Campinas (SP) entregue à Polícia Civil, na sexta-feira (13), apontou falha humana no acidente que causou a morte da adolescente. Os peritos concluíram que a cadeira inoperante onde a vítima sentou-se foi alterada um dia antes do acidente. Durante a manutenção, os técnicos mecânicos e elétricos modificaram a chave que mantinha o assento interditado.
Sobre a conclusão do inquérito, a assessoria de imprensa do Hopi Hari se pronunciou às 18h45, por meio de nota. "O indiciamento é um ato provisório da autoridade policial que não significa condenação. Por isso, em respeito a seus profissionais, o parque aguardará a decisão judicial (…). O acidente foi uma fatalidade causada por uma série de falhas humanas, cuja responsabilidade individual está sendo apurada", informa.
O advogado do parque, Alberto Zacharias Toron, informou que a placa de sinalização não era necessária, uma vez que o brinquedo nunca havia provocado acidente. O advogado dos operadores Marcos Tomas Leas e Vitor Oliveira, Bichir Ale Bichir Jr, preferiu não comentar o assunto, pois ainda não teve acesso ao inquérito.
Veja lista completa dos indiciados
Vitor Igor Spinocci de Oliveira – Atendente de Operação
Marcos Antonio Tomaz Leal – Atendente de Operação
Edson da Silva – Atendente de Operação
Lucas Martins Figueiredo – Supervisor de Operações (Atendente Sênior)
Juliano Ambrósio – Técnico de Manutenção/Formação em Mecatrônica
Rodolfo Rocha de Aguiar Santos – Técnico em Eletrônica e Eletrotécnica
Adriano César de Souza – Técnico de Manutenção Mecânica
Luiz Carlos Pereira de Souza – Sênior Mecânico
Stefan Fridolin Banholzer – Gerente Geral de Manutenção e Projetos
Claudio Luis Pinheiro Guimarães – Vice-Presidente do Hopi Hari
Armando Pereira Filho – Presidente do Hopi Hari