A Assessoria de Comunicação (Ascom) do Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas conquistou o X Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça, na categoria Reportagem de TV, com o documentário ambiental No Rumo do Uçá. O prêmio foi entregue na última sexta-feira (29), no encerramento do X Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça (Conbrascom), realizado em Fortaleza.
O documentário, de 23 minutos, foi finalista ao lado de trabalhos produzidos pelas Ascons do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ/MG) e Associação Nacional de Magistrados do Trabalho (Anamatra). Com a premiação, a Ascom do MPF em Alagoas conquista pelo segundo ano seguido o troféu Deusa da Justiça. No ano passado, no Rio de Janeiro, outro trabalho também de temática ambiental ficou em primeiro lugar na categoria Publicação Especial. Trata-se da Cartilha-jogo ABC do Mangue.
Ambos os trabalhos decorrem de uma compensação ambiental proposta no curso de uma ação civil pública contra uma construtora responsável pelo desmatamento de área de manguezal em Maceió. No acordo judicial, a empresa assumiu o compromisso de custear a publicação de material educativo e informativo em forma de livro, cartilha e vídeo.
No Rumo do Uçá – Produzido em parceria com o Núcleo de Biodiversidade do Ibama em Alagoas, o documentário tem roteiro, direção, fotografia e montagem do jornalista e assessor de comunicação do MPF em Alagoas, Wladymir Lima, e aborda as ameaças e os danos causados sobre esse ecossistema pela indústria da construção civil, sobretudo a voltada para a exploração turística.
Para a realizar o trabalho, a Ascom contou com equipamentos próprios de áudio e vídeo, dispensando a contratação de produtoras de vídeo. Apenas um cinegrafista foi contratado – com custos para a empresa cumpridora da obrigação -, dividindo as filmagens com o assessor de comunicação do MPF.
Os manguezais – Berçário de espécies, os manguezais são considerados a base dos demais ecossistemas. O Brasil possui a segunda maior área contínua do mundo. São responsáveis pela produção de um terço de toda proteína animal consumida no país.
Fugindo do discurso institucional, o roteiro do documentário primou por dar espaço para os principais personagens afetados pela devastação dos mangues: comunidades ribeirinhas, catadores de caranguejo e pescadores tradicionais. Por meio de exemplos de iniciativas da própria população, o vídeo mostra alternativas para a geração de riqueza que existem nos próprios manguezais, um ambiente tido como inóspito, mas que abriga preciosidades como a propólis vermelha dos manguezais alagoanos, produto único no mundo e que vem sendo utilizada com sucesso no tratamento do câncer.
Lançado oficialmente em março, o documentário pode ser assistido na grade de programação da TV Assembleia e teve a versão em DVD lançada na abertura da Semana do Meio Ambiente, na sede do Ibama em Alagoas, no último dia 4 de junho. Os cerca de 400 DVDs, frutos da obrigação de compensação ambiental, já estão sendo distribuídos em escolas e órgãos públicos, bem como conselhos de corretores de imóveis do Estado. Em breve, será disponibilizado no canal do MPF/AL no You Tube e também para download.
De cunho educativo, o vídeo pode ser livremente copiado, reproduzido e exibido publicamente, desde que sem fins comerciais. Adotando uma licença creative commons, o material também pode ser adaptado, modificado e dar origem a outros produtos, desde que citadas as fontes.