Necropsias voltam a ser realizadas em Maceió

Parece ter chegado ao fim o impasse entre a Perícia Oficial do Estado e os médicos legistas lotados Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió, quanto ao local para realização dos exames de necropsias nos corpos vítimas de violência. A partir desta quarta-feira, dia 1° de agosto, os exames passarão a ser realizados no prédio do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), no Trapiche da Barra.

Desde o dia 10 de julho, os corpos que davam entrada no IML de Maceió eram deslocados para o IML de Arapiraca, onde eram submetidos ao exame e, posteriormente, retornavam para o órgão em Maceió. A medida foi aceita pelos legistas, mas levou o Sindicato dos Médicos (Sinmed) a questionar quanto ao prazo em que o recurso emergencial seria mantido, uma vez que os médicos teriam dificuldade em manter os plantões no agreste alagoano.

Para resolver o impasse, os exames de necropsia foram novamente transferidos para Maceió, desta vez no prédio do SVO. Segundo informações da assessoria da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), no período da manhã serão mantidos os trabalhos do SVO e no período da tarde serão realizadas as necropsias. Os corpos serão transferidos para o prédio no Trapiche, submetidos ao exame e retornam para o IML, onde serão liberados para sepultamento.

Os exames de corpo de delito e conjunção carnal continuam sendo realizados no Hospital Sanatório, até que as obras de reforma do IML de Maceió sejam concluídas.

Desde o dia 21 de junho, os médicos legistas se negaram a trabalhar no prédio onde atualmente funciona o IML, devido à falta de estrutura. No período de 20 dias, 124 corpos foram enterrados sem realização de exame de necropsia. Estes corpos continuam sem o exame necessário para comprovação da causa da morte, o que compromete ainda a entrada em pedidos de pensão, indenização e seguro por parte de familiares.

O diretor do IML de Maceió, Luiz Mansur, encaminhou novamente pedido de autorização para exumação dos 124 corpos. O pedido passa pela Perícia Oficial, segue para a Secretaria de Defesa Social e será encaminhado para o Tribunal de Justiça, que deverá – ou não – autorizar o procedimento.

Enquanto isso, as famílias continuam sem documento de comprovação das mortes e não há prazo para que as exumações aconteçam.

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