A classificação para as quartas de final já estava garantida. Mas a derrota para a Rússia no último jogo foi o combustível para Alê, Fabiana e Silvia acelerarem o braço. Deu certo até os dez minutos finais do jogo. Então, uma bronca digna de pai do técnico Vivaldo Eduardo acordou as angolanas, que reagiram em quadra e complicaram o jogo para o Brasil. No fim, após o sufoco, vitória verde-amarela por 29 a 26 na manhã deste domingo, nos Jogos de Londres.
– É muito difícil explicar, não é para o time cair desse jeito. Abrimos vantagem, fiquei muito feliz. Podemos até perder os últimos 14 minutos, mas não levando tantos gols. Tivemos até um pouco de sorte, porque elas cortaram para um gol, e a arbitragem marcou uma invasão. Quando pedimos o tempo faltando dois minutos e meio, aí sim, o time voltou e fez o que tinha que fazer – afirmou o técnico Morten Soubak.
Agora, a seleção torce por um tropeço da Rússia no duelo contra Montenegro para garantir o primeiro lugar do grupo A. A partida entre as seleções europeias começa às 10h30m (de Brasília). Se Rússia e Croácia vencerem seus jogos, o Brasil fica em terceiro no grupo – a ordem será definida no saldo de gols no confronto entre os três países.
Brasil dita o ritmo do jogo
Angola marcou os dois primeiros gols do jogo, mas a sequência de erros nos passes finais complicou o time. As brasileiras exploraram o contra-ataque e empataram, com Alê, em bela jogada individual, e Mayara. Após as seleções acelerarem o ritmo do jogo, chegou a hora de as goleiras sofrerem. As duas falharam, o que ampliou o placar. E o Brasil conhecia uma vilã no primeiro tempo: a trave. Quatro bolas pararam nela.
Melhores na defesa e com velocidade na ligação com o ataque, as brasileiras conseguiram impôr seu jogo a partir dos dez primeiros minutos, criando uma vantagem de cinco gols (11 a 6). A goleira angolana Neide até se destacou na metade da parcial, com boas defesas, mas elas nem sempre foram suficientes para parar os arremessos potentes de Alê e Duda.
O técnico Vivaldo Eduardo parou o jogo aos 18 minutos para colocar sua equipe novamente em ordem. Angola melhorou e marcou dois gols, aproveitando as falhas na marcação adversária. Em um lance de maior impacto, Azenaide arremessou no rosto de Fabiana, que chegou a ser atendida pela médica da seleção, aplicando gelo no local.
Após fazer uma falta mais forte, Joelma recebeu uma punição e ficou dois minutos fora da partida. Com uma a mais em quadra, o Brasil administrou a vantagem de cinco gols e fechou o primeiro tempo em 14 a 9.
Angolanas reagem; Brasil sofre pressão
Na volta do intervalo, as brasileiras diminuíram o ritmo, perderam a força na marcação e levaram dois gols em menos de três minutos. A reação angolana acordou o time verde e amarelo. Em pouco tempo, a vantagem já estava em nove gols, a maior do jogo até então.
O contra-ataque voltou a funcionar com a seleção. As angolanas tentaram parar as adversárias, mas só conseguiram com faltas. Isabel foi suspensa por dois minutos, e ouviu de perto a bronca do técnico Vivaldo quando pediu tempo para acordar sua equipe. Até a goleira Neide foi substituída por Cristina.
O treinador angolano usou todos os seus recursos, e as brasileiras começaram a errar. A diferença caiu para três gols, com direito a um por cobertura de Carolina. Então, Joelma marcou. E Carolina fez mais um, que, depois, foi invalidado. A vantagem brasileira ficou em dois gols. Foi a hora de o técnico do Brasil, o dinamarquês Morten Soubak, parar o jogo. Após o tempo, a equipe suportou os minutos finais, com a torcida contra nas arquibancadas, e conseguiu fechar a partida em 29 a 26.