O corpo encontrado no último dia 26 em um bananal entre as fazendas São Gonçalo e Novo Horizonte, município de Porto Calvo, Alagoas, é mesmo do trabalhador rural Edvaldo Rodrigues Ferreira, acampado da Fazenda Porto Seguro, município de Porto de Pedras. A confirmação foi dada pelo Instituto de Medicina Legal (IML) de Alagoas nesta sexta-feira, dia 10. O corpo foi liberado no mesmo dia e sepultado neste último sábado (04/08) no cemitério São José, na cidade de Maceió.
A Comissão Pastoral da Terra denunciou, no início de julho, o desaparecimento do trabalhador ao Delegado Geral da Policia Civil, Paulo Cerqueira, e solicitou ainda a nomeação de um delegado especial para investigar o caso. A CPT não descarta a possibilidade de ser um crime de conflito agrário. Um dia antes da identificação do corpo do trabalhador rural, representantes da CPT e familiares reuniram-se com o Delegado Geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, cobrando maior empenho e agilidade para a conclusão do inquérito. O delegado se comprometeu a cumprir o inquérito em 30 dias.
Edvaldo estava desaparecido desde o dia 30 de junho. Segundo familiares, um dia antes do desaparecimento, o proprietário da fazenda, Everaldo de Albuquerque Alves, em conversa com Ferreira insistia em saber qual o nome da liderança do movimento que ocupou o imóvel. Diante da recusa de passar as informações, o proprietário ameaçou o sem terra dizendo que “então você vai dar conta, é justiça que vocês querem, justiça vão ter”.
O caso foi denunciado ao Comitê de Conflitos Agrários do Estado de Alagoas, ao Governador e à Ouvidoria Agrária Nacional, com o objetivo de exigir autoridades providências para investigar este caso e solucionar os conflitos agrários no estado. Os familiares de Edvaldo Rodrigues Ferreira cobram justiça, exigem que os culpados sejam punidos e que a fazenda Porto Seguro seja desapropriada para fins de Reforma Agrária.