Parto humanizado: opção natural se populariza entre as gestantes

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O momento deveria ser um dos mais importantes na vida de toda a família, em especial na da mulher. Com técnicas invasivas – como o corte do períneo, a raspagem dos pelos, o uso de ocitocinas (medicamentos que potencializam as contrações uterinas) e o jejum obrigatório –, porém, o parto pode acabar virando sinônimo de angústia e desconforto para os envolvidos.

No intuito de evitar situações como essas, vem se popularizando cada vez mais o parto humanizado, feito em um ambiente acolhedor, com profissionais que auxiliam a gestante a lidar com a situação. Nessa nova modalidade de assistência, o atendimento é centrado na parturiente, que pode desfrutar da companhia dos familiares, caminhar e tomar banhos para aliviar as dores.

Outro diferencial é a utilização de cadeiras de balanço, bolas de apoio e diversos equipamentos que facilitam a dilatação do colo do útero, que favorece a evolução do parto natural, cujo bebê deve estar na posição correta para o nascimento. Atitudes como as intervenções medicamentosas, a aceleração do parto ou mesmo o tradicional corte vaginal acontecem quando há indicação.

“Para se considerar um parto humanizado, é preciso que a mulher esteja com total controle do seu parto e, sobretudo, do que acontece com ela mesma, entendendo que este instante é ímpar e peculiar”, esclarece a enfermeira Walkíria Taveiros, técnica do Programa de Implementação da Rede de Atenção Materno-Infantil da Secretaria de Estado da Saúde (Promater/Sesau), que tem por função estruturar e fortalecer a rede materno-infantil.

Ela acrescenta que outra mudança em relação à técnica tradicional é a posição a ser adotada pela gestante no momento do parto. “Pelo beneficio que representa, a posição vertical é a ideal e deve ser encorajada, já que favorece os fenômenos mecânicos que permitem um melhor desempenho. A decisão, entretanto, é exclusiva da mulher”, diz Walkíria, ressaltando que, em Alagoas, o serviço é oferecido na Casa Maternal Denilma Bulhões.

Além do fator humano e sentimental, o também chamado parto natural oferece uma recuperação mais rápida para a mãe – que não passa pelo uso de anestésicos e pode levantar a qualquer momento, desde que esteja se sentindo bem – e também menos riscos para o bebê.

No Brasil, apenas 15% dos partos apresentam problemas que exigem a realização de cesárea. Nos outros 85%, a recomendação é parto normal e, quando possível, o humanizado. Desde 2005, mais de sete mil profissionais foram capacitados pelo Programa Nacional de Humanização do Parto, coordenado pelo Ministério da Saúde (MS), para atuar nessa concepção.

Segundo o órgão federal, nessa concepção, a mulher tem direito a um mínimo de seis consultas de pré-natal, vinculação da Atenção Básica ao um hospital na hora do parto (vaga garantida) e direito a um acompanhante. Algumas unidades estabelecem como requisitos ainda a música na sala na qual se encontra a parturiente e a permissão para ficar alguns minutos com o bebê logo após o nascimento.

A técnica do Promater destaca que, para popularizar ainda mais as boas práticas do parto humanizado, é preciso estimular os profissionais da Atenção Básica e hospitais para informar a mulher sobre seus direitos já no pré-natal. “A atenção à maternidade deve basear-se nas necessidades da gestante e do seu filho. Por isso, os profissionais devem ser sensíveis, responsáveis e transparentes no atendimento à mulher e à criança”, expõe Walkiria Taveiros.

Fonte: Sesau

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