Trabalhadoras rurais de diversos municípios alagoanos realizam até o próximo sábado, 11, a Feira Camponesa Itinerante no estacionamento da Igreja Batista do Pinheiro.
O evento, organizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), lembra a luta da agricultora Margarida Maria Alves pelos direitos dos trabalhadores rurais no Brasil.
“Esperamos mostrar para a sociedade a importância da Reforma Agrária, com as produções de alimentos saudáveis e a valorização das mulheres na busca pela concretização da cidadania. Esta é uma feira especial em homenagem a Margarida Maria pela luta em prol das mulheres camponesas”, destaca a agente pastoral da CPT, Heloísa Amaral.
Nesta edição, 28 agricultores das cidades de Messias, Murici, Flexeiras, União dos Palmares, Água Branca e Branquinha comercializam produtos como laranjas, abóboras, macaxeira, coco, banana, pé de moleque, beijus e ovos.
A expectativa dos trabalhadores rurais é que sejam vendidas, nos três dias de feira, 15 toneladas de alimentos produzidos nos acampamentos e assentamentos.
A próxima edição da Feira Camponesa acontece em outubro na Praça da Faculdade, localizada no bairro do Prado.
Símbolo da luta das mulheres do campo
Margarida Maria Alves foi trabalhadora rural e presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (STR), na Paraíba. Ela foi uma das mulheres pioneiras das lutas pelos direitos dos trabalhadores rurais no Brasil e se tornou símbolo da mulher do campo.
Desde 1973, Margarida ocupava a presidência do STR. No ano de 1983, ela moveu 73 ações trabalhistas contra usinas pelos direitos dos camponeses.
Neste mesmo ano, Margarida foi assassinada por um pistoleiro, no dia 12 de agosto, a mando dos usineiros da região do brejo paraibano.
Após a sua morte tornou-se um símbolo político, representativo das mulheres trabalhadoras rurais, que deram seu nome ao evento mais emblemático que realizam – a Marcha das Margaridas, uma mobilização nacional que reúne em Brasília milhares de mulheres trabalhadoras rurais no dia 12 de agosto.