Questionado pelo Conselho Estadual de Segurança sobre denúncias de truculência policial, o comandante da Força Nacional em Alagoas, capitão Celso Mlanarczyki, disse que a reclamação sobre as abordagens dos seus subordinados se dão por ser um ano eleitoral. Mlanarczyki avaliou, ainda, que em dois meses no Estado, o efetivo realizou mais de 30 mil abordagens, com apenas duas reclamações, o que seria um índice perfeitamente aceitável. O comandante também avaliou que houve um incremento significativo no número de pessoas revistadas em todo o estado, inclusive a ‘pessoas instruídas’, de onde teriam partido as denúncias.
A discussão no Conselho de Segurança foi motivada por uma série de denúncias envolvendo truculência policial, não só relacionadas a policiais da Força Nacional, mas com as polícias locais. No caso da FN, o Conselho Regional de Medicina denunciou formalmente no começo de agosto a organização após uma abordagem ao médico Jonathan Alves Padilha, de 51 anos, que afirma ter sido agredido durante uma abordagem policial no dia 13 de julho, na cidade de Arapiraca.
Outro caso denunciado ao conselho foi o do professor e sociólogo Carlos Martins, que teve a residência invadida durante uma perseguição a assaltantes de bancos, no Antares. A ação desastrosa foi denunciada pela Ordem dos Advogados do Brasil ao Ministério Público Estadual. O episódio teve repercussão tão grande que o governador Teotonio Vilela Filho pediu desculpas públicas ao sociólogo.
Qualquer pessoa que se sentir ofendida durante uma abordagem policial pode denunciar o abuso. Tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Militar possuem corregedorias, que fiscalizam a atividade policial. No caso da Força Nacional, a população pode entrar em contato com a Ouvidoria do Ministério da Justiça, para que a ocorrência seja avaliada.