Daniel Dias fica com ouro e quebra recorde mundial

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Nadador brasileiro

Depois de ter avançado com folga nas eliminatórias dos 50m livre da categoria S5, o brasileiro Daniel Dias confirmou o favoritismo e nadou sem dificuldade rumo à medalha de ouro na final disputada nesta quinta-feira no Centro Aquático de Londres. Com 32s05, Daniel ainda alcançou o novo recorde mundial e aposentou a marca anterior (32s27), que ele havia registrado em 2010. A vitória inédita nos 50m livre, categoria em que levou a prata em Pequim-2008, é o primeiro passo da campanha que pode transformá-lo no maior campeão paralímpico do Brasil.

– Eu estou muito feliz, mas quero continuar nadando bem, ainda tenho muitos dias de competição pela frente. Mas é emocionante conquistar a primeira do Brasil, estou realmente muito empolgado – disse, em entrevista ao SporTV.
Atual detentor do título de maior campeão paralímpico brasileiro, Clodoaldo Silva manteve a quinta posição das eliminatórias desta manhã, mas melhorou o tempo e cumpriu a prova em 34s99. Principal adversário dos brasileiros, o espanhol Sebastian Rodriguez conquistou a medalha de prata (33s44) e deixou o bronze para o americano Roy Perkins (33s69).Com os nove pódios na China, a vitória nesta quinta-feira e mais sete chances de medalha em Londres, Daniel pode se consolidar como maior atleta paralímpico da história do Brasil, caso consiga superar as 13 medalhas do colega Clodoaldo Silva e da ex-velocista Ádria Santos.

No Parapan de Guadalajara, no ano passado, Daniel Dias teve 100% de aproveitamento e fechou sua participação com 11 ouros em 11 provas. Em Pequim-2008, na estreia em Jogos Paralímpicos, o atleta de Campinas, no interior de São Paulo, conquistou nove medalhas – quatro de ouro. O paulista subiu ao lugar mais alto do pódio nas modalidades 100m e 200m livre, e 50m costas, na categoria S5, e 200m medley SM5.

Clodoaldo conquistou o ouro nos 50m livre em Atenas-2004, mas na categoria S4. O nadador de 33 anos teve sua funcionalidade reavaliada para Pequim-2008 e foi reclassificado para a categoria S5. A mudança de classe, que foi contestada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro sem sucesso, refletiu no desempenho do atleta durante a competição: apenas uma prata e um bronze em provas de revezamento, pouco para quem havia conquistado seis ouros e uma prata quatro anos antes.

– Quando competi em Atenas, as pessoas não sabiam o que era esporte paralímpico. Então, fico muito feliz por ter contribuído para mudar essa realidade, por ter aberto portas para os novos atletas brasileiros. Com o resultado de hoje, fico ainda mais incentivado a lutar para melhorar meu tempo – disse Clodoaldo, em entrevista ao SporTV.

De acordo com a defesa de Clodoaldo, a paralisia cerebral que o nadador possui não é progressiva, nem regressiva. Por isso, mesmo que o nadador melhore sua performance técnica, a deficiência permanece no mesmo nível. Apesar do argumento não ter sido aceito, o “Tubarão das Piscinas” decidiu competir em Pequim e, além dos 50m livre, disputa mais três provas em Londres pela S5: 100m e 200m livre, e 50m borboleta. Cinco recordes mundiais estabelecidos por Clodoaldo na classe S4 ainda não foram quebrados: 50m, 100m e 200m livre, 50m borboleta e 150m medley.
Joana Neves fica em quarto na final feminina

Estreante em Paralimpíadas, a brasileira Joana Neves ficou em quarto lugar na final feminina dos 50m livre S5. A nadadora potiguar, que alcançou o terceiro melhor tempo geral (38s73) nas eliminatórias, melhorou o tempo e cumpriu a prova em 38s11, batendo sua melhor marca (38s68) e estabelecendo o novo recorde americano da categoria. Apesar disso, não conseguiu superar as favoritas.

A ucraniana Natalia Prologaieva manteve a dianteira e conquistou o ouro, com 35s88, e foi seguida de perto pela espanhola Teresa Perales, detentora do recorde mundial e paralímpico, que levou a prata ao cravar 36s50. O bronze foi para a israelense Inbal Pezaro (37s89).

Além dos 50m livre, Joana Neves competirá mais quatro vezes em Londres, nas modalidades de 100m e 200m livre, 50m borboleta e 200m medley. A potiguar foi diagnosticada com acondroplasia, uma das formas mais comuns de forma mais comum de nanismo, com apenas 1 ano e seis meses de vida.

A prática da natação começou por recomendação médica, aos 10 anos, e Joana passou a competir apenas três anos depois. Nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, no ano passado, a brasileira conquistou quatro medalhas de ouro, nos 50m, 100m e 200m livre, e 50m borboleta.

Fonte: Globo.com

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