O Grito dos Excluídos de Maceió, manifestação organizada por movimentos populares, pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), movimentos de luta pela terra e diversas organizações da sociedade civil, sairá às ruas nesta sexta-feira, feriado de 7 de setembro. Com o lema “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população”, a concentração está marcada às 9h, na Praça Sinimbu.
O Grito é tradicionalmente marcado em todo país para este feriado justamente para questionar esse conceito de independência, quando o país teve concedida pelas potências da época a permissão para se separar de Portugal. Não obstante, vive sob a tutela dos organismos internacionais até hoje, a exemplo da fatia usurpada todos os anos do erário público em destino aos bancos e ao serviço da Dívida Pública (mais de 50% do PIB).
Em detrimento dos lucros das grandes indústrias, latifúndio e bancos, a população se vê sempre mais jogada a serviços precarizados: educação, saúde, transporte, saneamento públicos são tendenciosamente privatizados ou sucateados. O conjunto dos excluídos da sociedade se vê na obrigação de se mobilizar para exigir dos governantes direitos negados há séculos.
Com essa mística, o Grito dos Excluídos de Maceió inicia com concentração às 9h da manhã com oficinas de cartazes e faixas, além de intervenções artísticas e políticas durante o trajeto que promete seguir atrás do desfile oficial, na Praia da Avenida. Participam do Grito o Movimento Popular de Saúde (MOPS), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Fórum em Defesa do SUS, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), CUT, Sinteal, Sindiprev, DCE-Ufal e diversos segmentos sociais.
Nascido em 1994, o Grito brota de duas fontes distintas, mas, complementares. De um lado, teve origem no Setor Pastoral Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), como uma forma de dar continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo lema – Eras tu, Senhor – abordava o tema Fraternidade e Excluídos. De outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema “Brasil, alternativas e protagonistas”. Ou seja, o Grito é promovido pela Pastoral Social da Igreja Católica, mas, desde o início, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), aos movimentos sociais, entidades e organizações.