No discurso de posse como desembargador, o magistrado Kléver Rêgo Loureiro enalteceu a referência ética no exercício da profissão e o papel do Poder Judiciário nesse contexto. “No contexto de uma sociedade plural e individualista como a nossa, em que as ordens éticas tradicionais se atomizaram, o Direito passou a ser o único e último refúgio para o cidadão. O Direito hoje é o ‘mínimo ético’ da nossa sociedade”, disse o desembargador.
Ocupando a vaga deixada pela aposentadoria da desembargadora Catarina Ramalho de Moraes, o magistrado teve acesso à Corte estadual pelo critério de merecimento, fator que, segundo ele acentua a responsabilidade da função. “Outro grau de responsabilidade se acentua, por ter nas 03 vezes em que fui submetido à concorrência do honroso cargo por merecimento, em composições distintas dos membros desta ínclita Corte de Justiça, tive meu nome referendado, consecutivamente, em todas as 03 listas. Daí, tamanha responsabilidade que transcende a própria judicatura”, ressaltou.
O novel desembargador também realçou a difícil missão de julgar diante do intenso trabalho e das demandas que vêm embutidas com demandas políticas, morais, religiosas, não cabendo mais ao juiz ficar restrito à letra do texto legal. “A decisão judicial, a sentença de 1º grau ou o acórdão de um colegiado, não é mais ato apenas do direito posto. (…) É preciso dar vários passos adiante”, disse o desembargador que também lembrou que as novas correntes de interpretação e aplicação do Direito se unem às clássicas ferramentas de interpretação literal e sistemática e a formação clássica do magistrado requer contínua oxigenação.
Por fim, Klever Rêgo Loureiro agradeceu aos novos colegas de atividade judicantes, amigos, familiares e lembrou nos anos de magistratura aprendeu a conviver com os diferentes. “Por mais honroso, e é realmente de uma inominável honra ascender à desembargadoria deste Egrégio Tribunal de Justiça de Alagoas, cabe aqui recordar uma advertência do filósofo argentino José Ingenieros. Quem se eleva com o cargo ou função que ocupa, se confessa inferior a ela. Mesmo ciente de que se trata de um posto de alto relevo, não posso peder de vista que é minha pessoa, a minha conduta acima do cargo. E deve estar sempre”, realçou Loureiro.