No embalo de sua torcida e na disposição de seus jogadores, o Náutico insistiu durante os 90 minutos nos Aflitos. Abriu o marcador diante do Vasco com um gol de Kieza, seu sétimo no Campeonato Brasileiro, mas foi surpreendido com uma bomba de Fellipe Bastos de fora da área. O placar de 1 a 1 mantém os cariocas distantes do trio de líderes: são 39 pontos, contra 45 do Atlético-MG e 44 de Grêmio e Fluminense, que recebe o Santos nesta quinta. E faz os pernambucanos, no meio da tabela, perderem uma posição: estão em 11º, com 28.
O Náutico, que vinha de quatro vitórias nos Aflitos (sobre Santos, São Paulo, Bahia e Figueirense), teve mais posse de bola (54%) e finalizou mais do que o dobro de vezes, 18 contra oito. Ainda assim, o meia Rhayner não considerou negativo o resultado.
– Nosso time correu, tentou, foi em busca. Não encaro o empate como tropeço. Tentamos fazer o gol. No primeiro tempo, conseguimos. No segundo, o jogo foi muito parelho. A equipe deles é excelente – avaliou.
O Vasco, que teve os desfalques de Dedé (na Seleção), Juninho e Felipe (ambos lesionados), deixou o campo reclamando de pênalti, em lance envolvendo Nilton aos 50 minutos do segundo tempo.
– Ele (Souza) deu uma rasteira em mim, estava de frente para o gol, e ele (o árbitro) disse que a bola escapou e que acabei simulando. Não tem sentido eu, na cara do gol, simular. Saímos com um empate com sabor de derrota, pois criamos bem no segundo tempo. Mas foi bom por jogar fora de casa – comentou Nilton.
As duas equipes voltam a campo neste domingo, pela 23ª rodada. O Náutico vai ao Rio
de Janeiro enfrentar o Botafogo, e o Vasco recebe o Bahia em São JanuárioKieza marca em seu retorno
Cristóvão Borges, que não tinha suas referências em termos de criação de jogadas, optou por deixar Carlos Alberto no banco e escalou uma formação com quatro volantes no meio-campo. Sem vocação ofensiva, Eduardo Costa, Nilton, Wendel e Fellipe Bastos pouco criaram, deixando os atacantes sem opção. Os laterais Jonas e William Matheus, que poderiam ser uma alternativa, também não conseguiram compensar.
Diante de um público de 13.041 torcedores, foi o Náutico que dominou a primeira etapa – e nem precisou jogar muito bem para isso. Com três homens de frente, trocou passes, dificultou a marcação vascaína e chegou com facilidade ao ataque. Fernando Prass salvou algumas boas tentativas, mas, aos 41 minutos, a insistência deu resultado.
Após receber lançamento na direita, Rhayner cruzou para a área. Douglas rebateu, mas a bola sobrou no pé de Kieza, que chutou e fez 1 a 0. O atacante, que estava parado havia dez dias, recuperou-se de estiramento na coxa esquerda e só teve sua escalação confirmada nesta quarta.
A melhor chance dos cariocas na primeira etapa veio num lance bonito de Tenorio, que recebeu cruzamento, dominou a bola no peito e emendou uma bicicleta. A conclusão, no entanto, passou por cima da trave de Gideão, sem tanto perigo.
Na saída para o intervalo, Alecsandro citicou a formação defensiva do Vasco:
– Viemos com quatro volantes no meio. Marcamos bem, mas ofensivamente não criamos. Defendemos demais, e o Vasco é grande para ficar atuando desta forma.
Auremir entra no intervalo e sai lesionado
O Vasco voltou para o segundo tempo com Auremir no lugar de Jonas e Carlos Alberto substituindo Eduardo Costa. Mesmo sem brilhar, o camisa 10 deu maior articulação à equipe, que começou a criar algumas jogadas e aos poucos equilibrou a partida. Mas foi num lance isolado que chegou ao empate. Fellipe Bastos arriscou de fora da área e marcou um golaço aos sete minutos. O goleiro Gideão nem se mexeu.
No entanto, aos 17 minutos, o Vasco sofreu uma baixa que obrigou Cristóvão a mudar seus planos. Auremir deixou o campo com uma lesão na coxa esquerda e precisou ser substituído. Formado nas divisões de base do Náutico, o lateral foi aplaudido pela torcida local. Em seu lugar entrou o zagueiro Luan, de 19 anos, que estreou nos profissionais. Assim, Fellipe Bastos foi deslocado para a ala direita.
O Vasco se mostrava mais efetivo no ataque em relação à primeira etapa. Mas, ao mesmo tempo, o mau posicionamento do seu sistema defensivo permitia ao Náutico criar boas chances de gol. Em pouco tempo, isso se transformou em sufoco para os cruz-maltinos, mas o time da casa não mostrou competência.
No último lance, já aos 50 minutos, Nilton ficou com a bola na área após cobrança de escanteio e, ao driblar Souza, foi ao chão e reclamou de falta de Souza. Em seguida, com o apito final, Leandro Vuaden ouviu os protestos dos jogadores