A notificação de violência doméstica, sexual e de outros tipos tem aumentado no Hospital Geral do Estado (HGE). No primeiro semestre deste ano, o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia notificou 773 casos de violência envolvendo crianças, adolescentes, idosos e mulheres. No mesmo período de 2011, foram notificadas 563 vítimas, o que representa um aumento de 37% dos casos em 2012.
Apesar de proteções jurídicas como a Lei Maria da Penha, as mulheres continuam sendo as principais vítimas de violência, a exemplo dos espancamentos, em que elas aparecem em 63% das ocorrências.
Devido à importância do tema para os serviços de saúde pública, 30 profissionais que atuam no Hospital Geral estão participando, até esta quarta-feira (12), junto com profissionais de outras áreas do Estado, no Centro de Convenções, de uma capacitação sobre atendimento à mulher vítima de violência.
O evento – promovido pela Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos – tem como objetivo capacitar profissionais da rede de atendimento para uma compreensão mais abrangente da violência contra as mulheres, a partir de uma perspectiva de gênero.
De acordo com Silvana Targino, enfermeira do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HGE, a experiência será muito proveitosa, pois trará mais conhecimentos acerca de temas como as múltiplas faces das violências, apoio psicossocial à mulher em situação de violência doméstica e sexual, Lei Maria da Penha e rede de assistência.
“No primeiro dia do curso, está sendo trabalhada a dialética sobre gênero e de como a mulher, historicamente, foi inserida na sociedade. A maneira como a mulher foi criada influi decisivamente no processo de apatia e conformismo que as mulheres tinham diante de seus agressores. Essa realidade está mudando com a conscientização das mulheres sobre seu verdadeiro papel como mulher, profissional e mãe”, afirmou.
