Alimento para crianças alérgicas está em falta na rede pública de saúde

As mães estão desesperadas com a interrupção do fornecimento das fórmulas.

Danielle Silva/Alagoas24HorasAlimento para crianças alérgicas está em falta; mães se desesperam

Alimento para crianças alérgicas está em falta; mães se desesperam

As mães das crianças alérgicas que precisam de leites especiais, chamados de fórmula especial infantil, e que normalmente enfrentam verdadeira peregrinação em busca do alimento, estão desesperadas com a interrupção do fornecimento das fórmulas, anunciado pela Secretaria Municipal de Saúde de Maceió.

Segundo elas, a justificativa do setor responsável pela entrega do alimento na SMS é que a secretaria não dispõe de recursos para efetuar a compra junto à empresa responsável pela distribuição no Brasil. “Eles nos informaram que em ano político, precisam pagar as contas”, contou uma das mães, Dacirleide Almeida, acrescentando que a informação que recebeu na própria secretaria é que há uma dívida de mais de R$ 100 mil que precisa ser quitada para que a empresa libere novas vendas.

A filha de Dacirleide, Lara Carolyne, de 4 anos, tem intolerância à proteína do leite e, por isso, precisa tomar a fórmula especial Fabersoy. “Minha filha tem alergia à proteína do leite e, além disso, não mastiga por isso precisa tomar a fórmula Peptamen Junior e o suplemento alimentar Fabersoy para sobreviver. A última vez que recebi o alimento foram apenas quatro latas e isso significa que estou prestes a ficar sem nada”, desabafou.

A situação dela é semelhante a da mãe da pequena Luisa, de 2 anos, Kelly Rocha, que recebe a fórmula Neocate Advance, também substituto de leite de vaca e soja usado em pessoas com alergia alimentar múltipla. Ela conta que costumava receber 16 latas por mês e que desde o mês passado passou a receber apenas 14 latas, de forma fracionada. Ela conta que o problema é que as quatro latas que recebeu por último já acabaram. Restou o desespero. “Cada lata deste alimento custa R$ 270 e dura apenas dois dias. Isso significa um gasto mensal de mais de R$ 4 mil. Consumir esse alimento é uma questão de vida ou morte”, disse Kelly.

Questionada se teria ingressado com alguma ação judicial, Kelly explica que havia conseguido a liberação do alimento através de ordem judicial, no entanto, a secretaria teria entregue apenas quatro latas e informado à Justiça que havia restabelecido o fornecimento. “Nós havíamos conseguido, através de uma liminar, o bloqueio das contas da secretaria para garantir o fornecimento, mas isso durou apenas até a entrega das quatro latas. Agora se eu quiser continuar recebendo terei que entrar com nova ação e esperar mais quatro meses para receber”, disse a mãe de Luisa.

Outras mães alagoanas que estão vivendo o mesmo drama estão articulando um grande protesto em Maceió para tentar sensibilizar as autoridades e a Justiça.

O Alagoas24Horas entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Maceió e com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde por telefone, mas não obteve êxito.

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