A qualidade do serviço oferecido à população e o valor da passagem paga no transporte coletivo na grande Maceió foram responsáveis pela mobilização de estudantes e trabalhadores na manhã desta terça-feira (2).
Reunidos em frente ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), no bairro do Farol, em Maceió, os estudantes realizaram diversas oficinas de identidade visual e de tambores com o grupo Afro Palmares e logo após seguiram em caminhada para a Praça Deodoro, no Centro, onde se reuniram com os trabalhadores.
Todos os dias, o estudante Wevertim Cavalcante, de 17 anos, acorda as 4h30 para chegar na Escola Moreira e Silva, no Cepa, às 7h. Segundo ele, mesmo acordando cedo para se deslocar de sua residência, no bairro do Benedito Bentes, para a escola, onde cursa o 3º ano do ensino médio, leva aproximadamente duas horas entre esperar o transporte e o percuso.
“Todos os dias é a mesma ladainha, pego o ônibus cheio. Nunca tive a sorte de sentar”, relatou o estudante indignado destacando ainda que “para chegar na minha escola às 7h faço o impossível, isso quando os motoristas não ‘queimam o ponto’. Caso contrário a exemplo de hoje chego às 8h”.
Para Rafael Soriano, organizador do ato, a mobilização é um grito dos oprimidos que não têm voz para protestar contra o aumento, segundo ele, abusivo. “A unidade do ato mostra a posição da sociedade que não aguenta mais ser tratada como instrumento de ostentação da riqueza dos empresários, queremos dar um basta nisso e um valor justo”, relatou.
Segundo ele, o aumento foi dado de forma atípica sem uma consulta popular. “As desculpas são sempre as mesmas que só têm gastos, prejuízos e quanto à qualidade do serviço, quem sempre sai no prejuízo é a população, que paga uma passagem cara e sem a menor condição. Agora como colocaram uns ônibus novos acham que solucionaram o problema?”, questionou.
“Não queremos apenas baixar a passagem, mas também um processo de licitação que realmente saia do papel e que não seja manipulada pela Transpal”, enfatizou Vicente Oliveira, dirigente da Central Única dos Trabalhadores.
Segundo ele, a licitação vem sendo “empurrada com a barriga” e que não acredita que emplacará ainda este ano. “Como é que a licitação vai ser implantada justamente agora neste final de mandato do prefeito? Para isso estamos juntos com os estudantes nesta mobilização para pressionar o Ministério Público a novamente baixar a passagem para R$ 2,10”, ressaltou.