Entidades ligadas aos movimentos LGBTs, entre elas o Grupo Gay de Alagoas, Pró-Vida, Parada LGBT, e representantes da Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos lançaram na manhã desta segunda-feira, dia 15, o movimento Basta à Homofobia. O movimento, de caráter educativo, pretende implantar uma nova mentalidade quanto ao direito dos homossexuais.
A mobilização foi motivada por mais uma violência contra homossexuais registrada na madrugada do sábado, 13, quando os jovens Carlos Eduardo Ferreira Mendes, 19 anos, e Alisson Rotandaro dos Santos, 20, foram alvejados em um posto de combustíveis localizado na Rua Cabo Reis, no bairro da Ponta Grossa. A tentativa de duplo homicídio foi registrada por volta da meia-noite. Carlos Eduardo, também conhecido como Larissa Voguel, foi atingido por quatro disparos e está internado no Hospital Geral do Estado.
De acordo com Dino Alves, coordenador do Pró-Vida, os jovens teriam sido agredidos gratuitamente, apenas por serem homossexuais. O crime se soma às estatísticas negativas que apontam Alagoas como estado campeão em crimes contra homossexuais. Os números são tão significativos que o Governo do Estado lançou um grupo de trabalho, em 2010, para dar celeridade às investigações envolvendo crimes homofóbicos.
Apesar dos inúmeros casos registrados, as entidades LGBTs afirmam que o grupo de trabalho não representou nenhum ganho para o segmento. “Matar gay no Brasil não dá em nada. Todo agressor sabe que o processo (inquérito) será arquivado apenas porque a vítima é gay”, defendeu Alves.
O movimento Basta à Homofobia pretende, agora, não só cobrar do estado medidas reais para reduzir os índices, mas um trabalho que atinja todos os segmentos da sociedade. “O gay sofre preconceito em casa, na escola, na igreja, no trabalho, é preciso um trabalho de conscientização”, defendeu Mônica Carvalho, da Secretaria da Mulher.
Ainda segundo Carvalho, atualmente a secretaria recebe cerca de cinco denúncias por semana de violência contra homossexuais. “Esse número poderia ser muito maior”, defende. “As estatísticas oficiais são mascaradas, porque até mesmo a família nega que a vítima seja homossexual. O homicídio é o ápice da violência, mas ela se manifesta das mais variadas formas”, avaliam as entidades.“Nada justifica matar alguém apenas porque ele é gay, é preciso mudar essa mentalidade”, finalizou Alves.
Os integrantes do movimento seguiram para a Secretaria de Defesa Social onde se reunirão com o secretário Dário Cesar para cobrar investigação dos casos envolvendo homossexuais.