Sesau alerta para o aumento de casos de Leishmaniose em 2012

Olival Santos/SesauLuiz Tadeu Lessa

Luiz Tadeu Lessa

Quem não gosta ter um animal de estimação? As crianças principalmente adoram. Elas têm carinho por eles independente da raça. Mas é importante ficar alerta que o cão pode ser uma ameaça à saúde e transmitir a Leishmaniose visceral, popularmente conhecida como “Calazar”. A doença, que tem uma grande letalidade, é causada pelo protozoário do gênero “Leishmania”, cuja transmissão ocorre através do mosquito “Flebótomo”. Nos últimos três anos (2009/2011), foram registrados 106 casos em Alagoas, sendo a maioria no Agreste e no Sertão.

No período de 2009 a 2011, foram notificados 38 casos de Leishmaniose nos 102 municípios, sendo que a maioria registrada em Palmeira dos Índios, São José da Tapera, Girau do Ponciano e Santana do Ipanema. Em 2012, os técnicos da Gerência de Agravos Transmissíveis por Vetores, Zoonoses e Fatores Ambientais, identificaram 30 casos e registraram três óbitos. Palmeira dos Índios e São José da Tapera são os dois municípios continuam este ano na relação dos que têm mais pessoas e animais infectados.

A Leishmaniose é uma doença infecciosa crônica, causada pelo protozoário “Leishmania”, cuja transmissão ocorre através do mosquito “Flebótomo”. O técnico da Secretaria de Estado da Saúde, Luiz Tadeu Lessa, explicou que se a doença não for tratada no início, pode leva à morte em 90% dos casos.” A cadeia de transmissão é o mosquito, cão e homem. E, também pode ser transmitida por animais silvestres. A demora em identificar a doença, é responsável pela maioria dos óbitos”, disse.

O técnico Luiz Tadeu explicou ainda que a doença tem cura, mas o problema é a demora no diagnóstico, que é uma das principais responsáveis pelo número de óbitos registrados. E, isso ocorre, porque muitos médicos confundem os sintomas, com o de outras doenças, a exemplo da Esquistossomose. “A Leishmaniose atinge mais os cães na proporção de 100 animais para um homem”, destacou.

Os sintomas são febre alta por mais de quatro semanas, crescimento do baço e fígado. Quando não há diagnóstico precoce, o técnico disse que tem evolução rápida, podendo levar a morte em até dois anos. O cão a ser infectado pelo mosquito emagrece rapidamente, apresenta queda do pêlo e lesões na pele, que afetam em especial a orelha e o focinho e, ainda, anemia grave, crescimento das unhas e fotofobia, entre outros.

Tratamento – A unidade de referência de tratamento da Leishmaniose é o Hospital Escola Hélvio Auto. O primeiro atendimento deve ser realizado na unidade hospitalar, em consequência do medicamento utilizado Antimoniato – N- Metil Glucamina (Glucantime injetável), que apresenta algumas reações, principalmente em crianças e idosos com mais de 70 anos e já tenham outras doenças, como diabetes. A internação dura em média 20 dias e, após esse período, o tratamento continua na unidade de saúde do município próxima a casa do paciente. Em relação ao cão, não existe remédio a indicação é sacrificar o animal.

Tegumentar – Outra forma de Leishmaniose é a Tegumentar Americana, também causado pelo protozoário “leishmania” e transmitida pelo mosquito Flebótomo. É uma doença infecciosa, não é contagiosa. Mas deixa sequelas graves. “Os principais transmissores são os animais silvestres, roedores e equinos”, afirmou Lessa. De acordo com ele, essa forma da doença ataca principalmente a pele e mucosa, deixando sequelas nas partes afetadas. De 2009 a 2011 ocorreram 175 casos e, em 2012 foram 59, contra 39 no ano passado. A forma de tratamento é a mesma da Leishmaniose visceral.

Ações – O técnico Luiz Tadeu, informou que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) vem tem realizado capacitações junto aos técnicos, médicos, agentes de saúde e profissionais da atenção primária. “É fundamental que os profissionais de saúde estejam capacitados, principalmente para identificar a doença precocemente e dessa forma possa evitar óbitos em decorrência da doença”.

Fonte: Ascom Sesau

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