A população da capital alagoana pagou, literalmente, o preço pelo protesto realizado pelos rodoviários na manhã desta sexta-feira, 30, após o brutal assassinato de um colega da empresa São Francisco, supostamente durante um assalto.
O motorista, que seguia para a sede da empresa, teria sido reconhecido por dois elementos que o assaltaram na noite anterior. Josicler Santos de Oliveira, de 45 anos, foi alvejado com um tiro no peito durante luta corporal e morreu a caminho do minipronto-socorro do Tabuleiro.
Sua morte provocou uma série de protestos e o sindicato da categoria anunciou uma paralisação até às 10h da manhã de hoje, 30. Em entrevista à imprensa, Écio Luiz, presidente do Sinttro, disse que a paralisação visa repudiar a falta de segurança que atinge não só os rodoviários, mas também a população, que fica refém dos meliantes nos coletivos que circulam pela cidade. Écio disse que várias reuniões foram realizadas com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), mas as medidas adotadas não surtiram o efeito desejado.
O sindicalista informou que apenas a São Francisco teria sido alvo de 214 assaltos este ano. No que diz respeito a todas as viações, este número ultrapassaria 500. “Não temos intenção de prejudicar a sociedade, mas o rodoviário está perdendo a sua vida”, lamentou.
Apesar de o movimento ser considerado justo pelos próprios usuários, coube à população de Maceió pagar essa conta. Além de permanecer durante horas nos pontos de ônibus, as lotações praticaram preços abusivos, com passagens variando em torno de R$ 15,00. “Eles (transportadores) se aproveitam da necessidade do trabalhador para nos extorquir”, avaliou uma usuária, que estava no ponto de ônibus há mais de três horas.