Há três coisas que você precisa saber sobre "A teoria de tudo", filme que conta a história do físico Stephen Hawking e chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (29).
1) É um dramalhão mais focado no primeiro casamento de Hawking do que em qualquer outro assunto: a narrativa é careta e transforma uma ótima história em um filme não mais do que meia boca.
2) Eddie Redmayne, vencedor do Globo de Ouro e um dos favoritos ao Oscar de Melhor Ator, carrega a trama nas costas. A interpretação impressiona principalmente nas partes em que o personagem começa a sofrer com os efeitos da esclerose lateral amiotrófica, doença com a qual foi diagnosticado aos 21 anos.
3) Não faz sentido Felicity Jones (um tanto fraquinha ao interpretar Jane Hawking) ter sido indicada ao Oscar. Ela faz praticamente a mesma cara durante os 123 minutos de sessão.
O roteiro é baseado no livro de mesmo nome escrito por Jane, mulher do físico entre 1965 e 1995. Fica fácil entender, então, o porquê de o filme simplificar tanto os momentos das descobertas científicas de Hawking.
Claro, há passagens que mostram a formulação de teorias sobre buracos negros e big bang, mas o foco é outro.
A sensibilidade do diretor James Marsh em contar histórias de superação está lá, intacta. Ele já havia mostrado ser bom nisso quando levou o Oscar de Melhor Documentário com "O Equilibrista", filme sobre o homem que andou na corda bamba entre as Torres Gêmas.
É uma pena que um filme com tanto potencial (trilha sonora bonita, direção de arte ok) tenha se tornado isso aí. "A teoria de tudo" é como discutir a relação sem os dois lados da história. Lavação de roupa suja também merece certo rigor, mesmo que não seja científico.