A Polícia Federal em Alagoas desbaratou uma quadrilha responsável por lesar os cofres do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) em pelo menos R$ 17 milhões com a ajuda de mais de 30 empresas instaladas em Maceió e Rio Largo. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 14, durante entrevista coletiva à imprensa na Superintendência da PF/AL, em Jaraguá.
O delegado Alexandre Mendonça, responsável pela Operação CID-F 2 disse que foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva nos municípios de Maceió e Rio Largo. O contador Cícero Francisco Barros e um homem identificado como Florisvaldo Luis da Silva estão foragidos.
Foram presos o sócio do contador e o assessor de um advogado que não tiveram os nomes revelados. Considerados os ‘cabeças’ do esquema que consistia na obtenção de aposentadoria especial com laudos que atestavam doenças mentais, os quatro são acusados de estelionato qualificado e formação de quadrilha.
O delegado afirmou que, além do grupo, outras 16 pessoas foram indiciadas por fraude ao INSS e explicou que a operação deflagrada hoje é uma continuação da operação CID-F (alusão à Classificação Internacional de Doenças), ocorrida há 18 meses.
“A quadrilha cobrava de R$ 3 mil a R$ 5 mil de cada interessado em conseguir um benefício junto ao INSS”, destacou Alexandre Mendonça, revelando que ao contrário do que aconteceu na CID-F, desta vez nenhum funcionário do órgão foi preso, mas, alguns estão sendo investigados.
Segundo o delegado da PF, uma padaria localizada no bairro do Jacintinho registrou mais de 100 funcionários junto ao INSS, como se cada um recebesse mais de R$ 2 mil. Segundo o delegado, 50 desses 100 supostos funcionários – que recebiam entre um salário mínimo e R$ 3.700 – estão em benefício.
“Com a ajuda de cerca de 30 empresas como essa, a quadrilha movimentou cerca de R$ 17 milhões fraudando benefícios do INSS”, afirmou Mendonça, acrescentando que, durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos carros, carteiras de trabalho, documentos pessoais e do INSS.
Participaram da coletiva também o superintendente da PF em AL, delegado Omar Haj, Daniel Ribeiro, procurador federal e Edleide Sales, gerente executiva do INSS em Alagoas.