Trabalhadores rurais realizam protesto em frente ao Palácio

Railton Teixeira/Alagoas24horasMovimentos sociais protestam contra as inúmeras ações de despejos promovidos pela Vara Agrária

Movimentos sociais protestam contra as inúmeras ações de despejos promovidos pela Vara Agrária

Trabalhadores rurais de três movimentos sociais (MST, CPT e MLST) bloquearam – na tarde desta terça-feira, 18 – a Rua Cincinato Pinto, em frente ao Palácio República dos Palmares, no Centro. O protesto é uma forma de chamar a atenção da sociedade e do Governo de Alagoas para os despejos que irão ocorrer ao longo deste mês.

Durante a mobilização, eles entregaram ainda uma carta aberta à população explicando os motivos do movimento e a situação vivida pelos agricultores em pelo menos quatro áreas de conflito (três localizadas na cidade de Murici e uma em Atalaia).

De acordo com informações da coordenadora do MST, Débora Nunes, as reintegrações de posse começaram na semana passada com o despejo de agricultores do acampamento São Sebastião, em Atalaia. Até o fim do ano, diversas ações serão cumpridas.

"Tivemos uma reunião hoje com o juiz-auditor Airton Luna e o procurador agrário Eládio Estrela para discutir a situação dos agricultores que tiveram que deixar o acampamento em Atalaia. Eles terão um prazo de 120 dias para semear e colher o que produziram. As famílias só terão acesso a lavoura após um cadastro realizado pela Vara Agrária e Gerenciamento de Crises. Isso é um absurdo. Dezembro é um mês muito produtivo e não esperaram nem passar as festas de fim de ano para começar a reintegração de posse", afirmou Nunes.

Nunes também criticou a morosidade do Estado em investigar os crimes ligados a conflitos agrários em Alagoas. "Os conflitos não são culpa apenas do Governo Federal. Em 15 anos, três trabalhadores rurais foram mortos no acampamento São Sebastião. O último foi Joelson Melquiades, assassinado há seis anos em Atalaia. Todo mundo sabe quem matou, mas nada acontece por se tratar de um sem-terra", disse Débora Nunes.

O dirigente nacional do MLST, Josival Oliveira, informou ao Alagoas 24 Horas que a partir de agora a pauta dos movimentos será unificada. "Inúmeros despejos irão acontecer. Por isso, realizaremos novas mobilizações para evitá-los", finalizou.

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