Os médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML) não aceitaram a proposta do Governo do Estado e decidiram manter a greve iniciada nesta segunda-feira, 17. Revoltados e cansados de esperar pela liberação dos corpos, familiares prometem radicalizar e até retirar os corpos a força do instituto.
Aproximadamente 12 corpos – que não podem ser liberados sem o laudo do médico legista – aguardam a necropsia. Segundo Wellington Galvão, presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), o Estado não vem cumprindo com o acordo feito no Tribunal de Justiça.
“Da última vez fui preso, agora quem tem que ser preso são aqueles que assinaram o acordo estabelecido no TJ e não cumpriram”, relatou Galvão ao Alagoas24horas. “Agora os médicos legistas não acreditam mais no Estado”, enfatizou.
Enquanto isso, os familiares que aguardam a liberação dos corpos, iniciaram um tumulto e foi necessária a presença da Polícia Militar de Alagoas. “Eles estavam querendo tumultuar e para evitar que o pior aconteça estaremos aqui até o fim da greve”, garantiu um policial militar que não quis se identificar.
A revolta dos familiares, segundo Eduardo Antonio, de 34 anos, que espera a liberação do corpo de seu sobrinho morto ontem (17) em um acidente de trabalho no município de Joaquim Gomes, se dá pela falta de justificativa dos servidores do IML.
“Estou aqui desde ontem à noite e não estava sabendo desta greve, pois, os funcionários vêm dizendo que os médicos estão em reunião. Que reunião é essa que se estende até agora?”, questionou Antonio.
De acordo com Paulo Victor Santos Silva, sobrinho do líder comunitário assassinado na manhã de ontem no bairro do Vergel do Lago, os familiares não esperarão mais uma noite. “Queremos apenas o direito de enterrar nossos familiares, caso contrário nem a polícia será suficiente para segurar essas pessoas”, ameaçou.
Greve dos médicos legistas
Os médicos legistas reclamam que o acordo firmado em setembro deste ano com o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), entre representantes do Sinmed, Ministério Público Estadual, Procuradoria Geral do Estado, Secretaria de Defesa Social e de Gestão Pública não vem sendo cumprido.
De acordo com Galvão, o Governo de Alagoas prometeu manter a bolsa da Secretaria de Segurança Pública no valor de R$ 2.500 e enviar a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), o projeto de lei que visa o aumento de mil reais. No total, o salário chegaria a R$ 3.500.
O Governo também ficou de implantar, a partir de janeiro de 2013, o Plano de Cargos e Carreiras (PCC) dos médicos peritos, separado dos peritos técnicos e garantiu ainda reforma do prédio do CCBI, na Praça da Faculdade, onde funcionará o IML até que o novo prédio seja construído.