O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ) ouviu nesta quinta-feira, 11, duas testemunhas sobre o esquema fraudulento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores (DPVAT), descoberto pela Polícia Civil e cujos acusados foram presos durante a Operação Muleta, no dia 27 de janeiro passado.
Maria Eulina de Souza e José Paulo dos Santos, ambos residentes em Sergipe, tiveram seus nomes usados para receber indenizações decorrentes de acidentes, através do DPVAT. Nesta tarde, o secretário-adjunto da Defesa Social, Washington Luiz, apresentou as testemunhas à imprensa para provar o envolvimento dos acusados no esquema.
A aposentada Maria Eulina contou que um homem a procurou em sua residência para saber se lhe interessava ser inclusa em um seguro de acidentes. A aposentada justifica que não aceitou porque perdeu uma das pernas devido ao Diabetes, e não em acidente automobilístico. Ela disse que é analfabeta e, portanto, não poderia ter assinado nenhum documento.
A situação de José Paulo é tão delicada quanto. Ele afirma que nunca foi procurado por ninguém e também nunca sofreu acidentes, no entanto seu nome consta em um processo no juizado de Arapiraca. O pintor disse temer que seu nome fiquei ‘sujo’. “Estou preocupado porque não sei o que vai acontecer com meu nome depois disso”, frisa.
O secretário-adjunto afirma que 10 pessoas já foram ouvidas no processo e outras pessoas serão arroladas para depor, ainda sem data marcada. Washington Luiz lembra que o esquema teve a participação de pelo menos oito advogados, além de corretores e serventuários da Justiça.
Estão sendo acusados os advogados Kelmonny Michael dos Santos Freire, Rogério Cavalcante Lima, Francisco Crispi, Cristiano Gama de Melo, José Valmor Tiaro de Souza Silva e Carlos André Marques dos Anjos, a serventuária da Justiça Valkíria Malta Gaia Ferreira e os corretores de seguros de Sergipe Manoel Jailton Feitosa e Jânio Gomes da Silva, além da secretária de Crispim.