De acordo com o prefeito Cícero Almeida (PP), sua decisão de sair candidato ou não ao Governo do Estado de Alagoas nas eleições de 2010 já foi tomada por Deus, em uma conversa particular. Porém, Almeida disse que só deve anunciar à sociedade e à imprensa nos próximos dias. “Apesar de algumas pessoas não acreditarem, eu falei com Deus e já recebi a resposta. Vocês saberão em breve”, destacou Cícero Almeida.
Com um discurso evasivo, Almeida evitou falar em decisão em “grupo”, ao ser indagado sobre as negociações com o chapão de oposição ao atual governador Teotonio Vilela Filho. O grupo político opositor reúne – além do PP de Cícero Almeida – outros partidos que abrigam caciques como os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor de Mello (PTB), o ex-deputado federal João Lyra (PTB). A frente reúne ainda os partidos que formam a base do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).
No dia de ontem, Almeida colocou que só não abria o jogo sobre tudo o que pensava, por conta do ex-deputado federal João Lyra, que sempre esteve junto de Almeida, pelo menos nas duas últimas eleições municipais. O grupo político que abriga o partido de Cícero Almeida costura a candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) ao Governo do Estado. Ao que tudo indica, conforme bastidores, o prefeito ainda não digeriu o fato das decisões estarem sendo tomadas sem passar por ele.
Cícero Almeida já cogitou inclusive uma reunião com o presidente Luis Inácio Lula da Silva para definir quem seria o candidato de oposição aos tucanos em Alagoas e – consequentemente – o principal nome do palanque da ministra e pré-candidata Dilma Rousseff na Terra dos Marechais. Agora, o prefeito diz que a decisão está tomada e que é pessoal. Mas, não quis adiantá-la.
O prefeito salienta ainda que uma candidatura sua depende exclusivamente da relação com o PP, cujo presidente estadual é o deputado federal Benedito de Lira, que é pré-candidato ao Senado Federal. De acordo com o prefeito, esta decisão não dependeria necessariamente do consenso do chapão.
Indagado se sentia ignorado pelos caciques políticos que integram a frente de oposição, Almeida respondeu: “não fui ignorado no processo. Sou um cara democrático. Há pessoas as quais eu pareço não ser simpático. Mas, sou simpático para 1 milhão de habitantes desta cidade e isto é extensivo a outros cantos de Alagoas”, colocou.
Ao ser perguntado se o deputado federal Benedito de Lira não estaria levando em conta a “simpatia” de Cícero Almeida, o prefeito colocou que só o próprio deputado federal poderia falar por si mesmo. O chefe do Executivo municipal destacou ainda que possui serviços prestados para mostrar em uma possível candidatura. Então, chapão – do qual o prefeito faz parte – desconhece o trabalho de Almeida na Prefeitura Municipal? Nas palavras de Cícero Almeida, “quem não conhece o trabalho do prefeito, não mora em Maceió”.
“Faço parte de um partido e estou subordinado às decisões políticas. O PP no Estado é presidido pelo deputado Benedito de Lira e passa por ele, como já disse anteriormente. Eu tenho liberdade de dizer o que eu quero”, colocou Cícero Almeida, de forma evasiva quando questionado sobre o seu nome não estar sendo bem digerido pelo grupo opositor. Ao falar do grupo político ao qual pertence foi enfático e finalizou: “Há um grupo engajado por mudança”.