Com o objetivo de discutir a situação da hanseníase no mundo, no Brasil e em Alagoas, foi promovido nesta quarta-feira (7), pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Fórum Científico de Hanseníase. O evento, que foi realizado no Hotel Matsubara, contou com a participação da coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase do Ministério da Saúde, Maria Aparecida Grossi e profissionais da atenção básica e das unidades de referência regional e estadual.

Durante o fórum, a coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, Maria Aparecida Grossi, apresentou o panorama epidemiológico da doença no mundo e no Brasil. Ela ressaltou a importância do fórum e, principalmente, da parceria entre as três esferas de governo para o controle da hanseníase.

“Apesar da redução do número de casos registrados nos últimos dez anos, a taxa de incidência da doença é considerada alta no Brasil, principalmente nas regiões do Norte e Nordeste”, disse. Segundo ela, dados de 2008 mostram que foram notificados 249.007 casos novos no mundo e no Brasil 39.047. Sendo a Índia com primeiro lugar e o Brasil em segundo, dos 121 países apontados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com casos de hanseníase.

De acordo com Maria Aparecida, o Ministério da Saúde conta com um plano de trabalho, que está focado em cinco eixos fundamentais para o controle da doença no País. Os eixos são, de acordo com ela, a vigilância epidemiológica, gestão, atenção integral, comunicação e educação e pesquisa.

“E o Fórum realizado em Alagoas contempla os cincos eixos do plano de trabalho do MS”, destacou a coordenadora nacional, acrescentando que, este ano, o MS está focando a ampliação da presença nacional nos estados para o monitoramento da doença.

Dados parciais da Coordenação Estadual do Programa de Vigilância e Controle da Hanseníase apontam que em 2009 foram detectados 364 casos novos de hanseníase em Alagoas, com um coeficiente de detecção de 11,53 para cada 100 mil habitantes. A taxa de incidência é considerada alta pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No período de 2001 a 2008, foram diagnosticados 3.432 casos novos, com uma média de 400 a cada ano.

Para a coordenadora estadual do Programa de Controle da Hanseníase, Clódis Tavares, a prevenção, diagnóstico e tratamento precoce são ações prioritárias para o controle e cura da doença. “Hanseníase ainda é um problema de saúde pública em Alagoas e os profissionais de saúde podem ajudar a mudar esse quadro”.

Ela explicou que em Alagoas existem 12 municípios prioritários para o combate à hanseníase, por concentrarem cerca de 80% dos casos. “No ano passado, 50% dos municípios não apresentaram casos da doença, mas esse dado pode representar uma endemia oculta, ou seja, os casos podem não estar sendo notificados. Os treinamentos estão chamando a atenção dos profissionais e gestores para a necessidade e importância do registro de casos”, alertou.

O Fórum contou ainda com a participação dos pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria Eugênia Novisk Gallo e Adalberto Rezende, que irão apresentar o projeto Multicêntrico de Farmacogenética em Hanseníase.
Transmissão e tratamento – A hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, pode variar de dois a até mais de dez anos. A doença pode causar deformidades físicas, evitadas quando o diagnóstico é feito no início da doença e o tratamento é imediato.

A transmissão se dá entre pessoas. Um paciente que apresenta a forma infectante da doença, estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas adoecem, porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo.

O tratamento da hanseníase é feito nos serviços de saúde. Pode durar de 6 a 12 meses, se seguido corretamente. Também fazem parte do tratamento da doença os exercícios para prevenir as incapacidade e deformidades físicas.

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