Por iniciativa do deputado Judson Cabral (PT), representantes dos povos Kariri-Xokó, Xucuru-Kariri, Tingui-Botó, Aconã, Karapotó, Geripancó, Wassu-Cocal, Katökinn, Karuazu, Kalankó e Koiupanká participam de Sessão Pública na Assembléia Legislativa de Alagoas, em comemoração ao Dia do Índio, a partir das 15 horas do dia 19 de abril. Na oportunidade, solicitarão apoio dos deputados para que façam gestão junto aos órgãos federais para a criação imediata de Grupos Técnicos (GT) de identificação e demarcação dos territórios tradicionais, como também a indenização com os impactos provocados pela duplicação da BR-1001 e da Transnordestina.

No ano de comemoração de 100 anos de indigenismo oficial, data marcada pela criação do Serviço de Proteção ao Índio e (SPI), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cria a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), publica decreto de reestruturação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e estruturação de Secretaria de Saúde Indígena, atendendo às históricas reivindicações dos povos indígenas e de entidades não-governamentais.

Em Alagoas, ao longo de muitas décadas, as lideranças indígenas lutam pelo reconhecimento étnico e garantia dos direitos históricos de seus povos, principalmente pela demarcação definitiva dos territórios tradicionais. Entretanto, o processo administrativo de identificação encontra-se paralisado, apesar de constantes mobilizações e cobranças junto aos órgãos governamentais.

Neste momento histórico em que se encontra o país, marcado pela estabilidade das instituições políticas, crescimento econômico e garantia da sustentabilidade da maioria da população, os povos indígenas de Alagoas vêm à sociedade expressar a sua diversidade cultural e reivindicar das autoridades governamentais a garantia e posse dos territórios tradicionais, a construção de uma política de educação escolar específica e diferenciada e a imediata estruturação da Secretaria Nacional de Saúde Indígena.

No que se refere à execução das obras da duplicação da BR-101 e da Transnordestina que se sobrepõem sobre as áreas indígenas Kariri-Xokó, Karapotó, Wassu-Cocal e Xucuru-Kariri, com impactos irreparáveis ao meio ambiente, na diminuição dos espaços territoriais já reduzidos territoriais e às suas respectivas populações, físico e culturalmente, cabe aos órgãos governamentais, antes da execução das referidas obras, garantir a implantação das ações reparadoras e a da demarcação dos territórios afetados.

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