O promotor de Justiça Waldevino de Oliveira pediu o arquivamento do inquérito sobre a atuação da Polícia Militar durante as negociações do sequestro de Eloá Pimentel, morta depois de passar cem horas como refém em sua própria casa em 2008.
Existia a suspeita de que a uma equipe de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) teria sido autora do disparo contra Eloá ou que a invasão ao imóvel teria feito Lindemberg Alves disparar.
Oliveira pediu o arquivamento na semana passada.
– Não entendi que eles [os policiais não deixaram de observar as cautelas ordinárias para levar avante aquela negociação
No entendimento de Oliveira, nenhum indício apontava para essas teses. A apuração do Ministério Público aponta que o disparo de Lindemberg, ex-namorado de Eloá, fez a polícia invadir o imóvel.
O inquérito agora vai para a Justiça Militar, que decidirá se aceita o parecer do arquivamento do caso.
Segundo Oliveira, houve uma infração disciplinar cometida pelo comandante da operação Flávio Jari Depieri, que permitiu a participação de Nayara Rodrigues da Silva, 15 anos, na negociação com o suspeito. Depois de solta, Nayara voltou a ser refém.
Relembre o caso
Em 13 de outubro de 2008, o auxiliar de produção Lindemberg Fernandes Alves, de 23 anos, invadiu o apartamento da ex-namorada. Eloá foi feita refém com a amiga Nayara Rodrigues da Silva, de 15 anos, e dois amigos. O réu soltou os amigos e depois Nayara, mas depois ela voltou ao imóvel. No dia 17, a Polícia Militar invadiu o local. Nayara foi baleada no rosto e Eloá, na cabeça e na perna. Lindemberg foi preso. A perícia constatou que saíram do revólver que ele usava os tiros que acertaram as reféns.
A defesa de Lindemberg fez dois pedidos de habeas corpus ao STF (Supremo Tribunal Federal) que ainda não foram apreciados.