Os técnicos da Vigilância Sanitária Estadual retomaram nesta quarta-feira (28), os trabalhos de investigação na Maternidade Escola Santa Mônica que apuram as mortes de crianças naquela maternidade. O trabalho de inspeção dos profissionais está direcionado para as condições e exigências nas unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Cuidados Intermediários (UCI), com o objetivo de esclarecer as eventuais causas dos óbitos de bebês prematuros, registradas entre os dias 1º a 28 deste mês.
Após uma reunião com os diretores da unidade e análise do relatório da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), a Vigilância Sanitária Estadual anunciou que até a próxima sexta-feira (30), o documento que está sendo elaborado será apresentado aos diretores da marternidade, secretário estadual de Saúde, reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), a qual está vinculada à gerência da Santa Mônica.
Para o diretor da Vigilância Sanitária Estadual, Paulo Bezerra, o relatório que está sendo produzido vai apontar possíveis causas ou se o fato está dentro da normalidade de uma maternidade de alto risco. “Estamos atuando nas áreas da UTI e UCI e fazendo a coleta dos dados disponibilizados pela comissão de controle de infecção hospitalar, permitindo-nos elaborar a produção de um documento que aponte se houve ou não eventuais falhas técnicas. A outra linha será determinar diante do que for comprovado, as medidas necessárias por parte dos gestores para solucionar o problema”, antecipou.
Segundo os levantamentos preliminares da Vigilância Sanitária, colhidos até o momento na unidade, ocorreram 21 mortes no decorrer de 28 dias, número que se apresenta bem abaixo da média registrada mensalmente, uma vez que, essa média aceitável é de 1 óbito/dia. O diretor da maternidade, José Carlos Silver, reforça que não há motivos para sensacionalismo.
“Um número que representa apenas 5% no universo dos 200 partos realizados mensalmente na Santa Mônica, o que evidencia que o percentual de mortes ocasionado por infecção tardia está abaixo da média aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que corresponde a 10%”, salientou o diretor da maternidade, José Carlos Silver.
Desmentindo a informação de que haveria superlotação na unidade, o superintendente de Atenção à Saúde, Vanilo Soares, reafirmou que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está disponibilizando todo o apoio necessário à Uncisal, que gerencia a maternidade para manter a normalidade e assistência na Santa Mônica.
“Não procede essa informação de superlotação, porque com o Promater (Programa de Fortalecimento na Assistência Materna e Infantil) as vagas de obstetrícia estão sobrando. Além disso, o Hospital do Açúcar ofertou leitos de UTI para transferência de bebês da Santa Mônica, mas não houve necessidade”, frisou Soares.