Cultura do fumo está sendo substituída pela monocultura da cana
Não é apenas a diminuição do hábito de fumar que tem reduzido a procura pelo cigarro e as áreas plantadas com o fumo, mas também um acordo internacional apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem o Brasil entre seus países signatários. O acordo prevê a redução das áreas plantadas em substituição por outras culturas, conforme as condições ambientais de cada região.
Diante disso, na próxima quarta-feira (12), Arapiraca será a sede de um seminário organizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) para sensibilizar os produtores sobre a necessidade de diversificação da cultura
Até o final dos anos 1970, a região Agreste possuía cerca de 45 mil hectares plantados com fumo, empregando aproximadamente 80 mil pessoas em toda a cadeia produtiva. Mas, devido às restrições ao hábito de fumar, mudanças de comportamento e queda na procura pelo produto alagoano, nos últimos 30 anos houve uma redução da área plantada, que hoje ocupa entre 8 mil e 15 mil hectares.
Segundo o engenheiro agrônomo Rui Palmeira, articulador estadual da Rede de Diversificação nas Áreas Cultivadas com Tabaco, é preciso que produtores, técnicos, pesquisadores e instituições públicas discutam juntos quais são as melhores alternativas para substituição gradativa da cultura do fumo.
“Saber qual a cultura mais apropriada e rentável para sua região é uma questão muito importante para o produtor, pois isso influencia na sua renda, na manutenção da sua família”, argumenta Rui Palmeira. Ele aponta que as hortaliças, os grãos, algodão, fruticultura e mandioca surgem como as melhores alternativas para Arapiraca e outros 10 municípios do Agreste onde se cultiva o fumo. “Mas é preciso se discutir, verificar se há mercado, viabilidade, linhas de financiamento, buscar assistência técnica”, ressalta.
De acordo com Rui Palmeira, durante o “Seminário sobre Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco e a Convenção-Quadro no Estado de Alagoas”, os participantes ainda vão discutir a situação da fumicultura e experiências exitosas de diversificação, a conjuntura econômica da região Agreste e suas relações com o tabaco e o cenário da diversificação de renda no meio rural.
Entre os palestrantes, estarão gestores da Seagri, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Prefeitura de Arapiraca, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Departamento de Estudos Socioeconômicos Rurais do Paraná (Deser/PR).
O seminário será realizado no auditório da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), na Rua Major Luis Cavalcante, no bairro Alto do Cruzeiro, em Arapiraca, a partir das 8h30, e deve ser encerrado por volta das 16h30. Outras informações pelos telefones (82) 3315-1372 / 3522-2994.
