O delegado Rodrigo Cavalcante revelou que, pelo menos cinco pessoas serão indiciadas no inquérito que apura irregularidades na transferência de veículos na região do Sertão Alagoas em um esquema que ficou conhecido como “Fraude do Cartório”.
Na manhã desta quinta-feira (13), o delegado interrogou o empresário José Ailton de Santana, o “Neguinho”, e o funcionário da 7ª Ciretran de Delmiro Gouveia, Denis dos Santos, presos na segunda-feira (10), em uma operação da Polícia Civil de Alagoas.
“Neguinho” negou todas as acusações, apesar das inúmeras provas existentes no inquérito, inclusive os depoimentos de oito testemunhas que confirmaram intermediação dele no reconhecimento de firmas feito de forma fraudulenta.
Dênis dos Santos, pertencente a uma família de grande poder econômico na região, também negou participação nos crimes. Ele é acusado inclusive de favorecer uma empresa de emplacamento de carros, pertencente a sua esposa Rosimeire Clemente.
Os interrogatórios foram tomados na presença de três advogados. As investigações comprovaram que “Neguinho” e Denis dos Santos tiveram participação direta no golpe que fazia a transferência de automóveis, por meio de falsificação da firma dos proprietários dos referidos veículos no cartório de São José da Tapera.
Além dos dois acusados, também serão indiciados o dono do cartório, Pedro Barreto Muniz, 42 anos; o irmão dele Roberto Barreto Muniz, 50, e Márcia dos Anjos Barreto Muniz (esposa de Roberto) que foram presos no final do mês passado e confessaram participação na fraude.
Maria Fernanda Sá Pontes, também envolvida na fraude, teve prisão decretada, mas está foragida.
O delegado Rodrigo Cavalcante informou que mais quatro pessoas serão interrogadas no inquérito e existe a possibilidade de proprietários de concessionários serem chamados a depor.
O delegado Maurício Henrique, diretor da DPJA-2 (Diretoria de Polícia Judiciária da Área 2), que comanda as investigações, acrescentou que diante da complexidade do inquérito já solicitou prorrogação de prazo para sua conclusão. O pedido foi encaminhado à 17ª Vara Criminal que expediu os mandados de prisão contra os envolvidos.